Cremer vê desaceleração no consumo

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A conjuntura econômica neste segundo semestre preocupa a fabricante de produtos para a saúde Cremer, disse ontem, em teleconferência com analistas, Daniel Nozaki Gushi, diretor de relações com investidores da companhia.

Segundo o executivo, "o que pode impactar [as vendas da companhia] é o cenário de varejo como um todo". Gushi disse que a empresa já observa um giro de mercadorias mais lento em alguns clientes, estocados por mais dias.

O relatório de resultados da empresa foi específico: "Observamos o começo de uma desaceleração nas vendas do consumo, principalmente na linha de higiene pessoal".

No segundo trimestre, a companhia registrou crescimento de 10,4% na receita líquida, para R$ 146,4 milhões. O lucro líquido subiu 159%, para R$ 9,9 milhões.

As vendas avançaram mais na divisão de odontologia, que conquistou R$ 18,8 milhões em receitas, um aumento de 106,9% na comparação com igual período de 2012. Na divisão de consumo, houve alta de 2,1%, para R$ 32 milhões e, no segmento hospitalar, de 7,2%, para R$ 80,9 milhões.

Os custos com vendas subiram 10,1% na comparação ano a ano e somaram R$ 96,2 milhões. Já as despesas operacionais, que incluem gastos com vendas, administrativos, financeiros e outros, atingiram R$ 37,9 milhões no segundo trimestre, uma redução de 6,4% sobre um ano antes.

O lucro operacional da companhia passou de R$ 4,8 milhões para R$ 12,4 milhões, em bases anuais, de abril a junho.

Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch (BofA) considerou "sólido" o resultado trimestral da Cremer. Os analistas Thomas Humpert, Diego Moreno e Mauricio Fernandes apontam potencial de valorização de 45% no preço da ação, projetada a R$ 21,60. O banco recomenda a compra do papel.

Os analistas destacam ainda que o crescimento da margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em 400 pontos-base é resultado da estratégia da Cremer em focar em rentabilidade.

O BofA afirma que a companhia deve se beneficiar do aumento dos gastos com saúde no Brasil e da consolidação do mercado local. O banco aponta riscos como o aumento com o custo de distribuição de produtos e uma eventual guerra de preços no setor, que podem corroer as margens da operação.



Veículo: Valor Econômico


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