Produto mineiro já tem mercado

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Emater-MG capacitou agricultores familiares, que agora podem vender para todo o país .

O tradicional queijo de Minas poderá, a partir de agora, estar na mesa dos consumidores de todo o país

O produtor Alexandre Honorato, de Araxá, será o primeiro a vender o queijo de Minas em outros Estados. Para isso recebe, no dia 9 de agosto, a identificação da queijaria e o rótulo com o selo de inspeção do Ima. O produtor já fechou contrato em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná.

O investimento de Honorato foi de R$ 80 mil, mas ele informa que o valor pode ser bem menor. "O produtor tem que se dedicar, não é um bicho de sete cabeças. Para mim, não houve nenhuma dificuldade, pois a Emater-MG, dá todo o suporte neste processo, facilitando a vida do produtor rural", explica Honorato.

A Emater-MG há anos vem se mobilizando na efetivação desse projeto, que favorece o agricultor familiar, possibilitando aumentar a sua renda. "A Empresa, além de ter buscado o recurso para a construção dos Centros de Qualidade do Queijo Minas Artesanal, atua, por meio da Rede do Queijo Minas Artesanal, orientando o produtor em todas as etapas da fabricação do queijo", explica o presidente da Emater-MG, José Ricardo Roseno, o que assegura a qualidade do sistema de produção e do produto, exigidas na inspeção do Ima, para a comercialização do queijo.

A Rede do Queijo Minas Artesanal, conforme Marinalva Soares, coordenadora técnica da Emater-MG, é formada por uma equipe multidisciplinar da Emater-MG, com veterinários, engenheiros agrônomos, nutricionistas, que orientam os agricultores, assegurando a execução de boas práticas agropecuárias, a fabricação de queijos com qualidade, e até mesmo a destinação dos resíduos das queijarias, de forma a garantir uma produção sustentável.

Marinalva explica ainda que, "os Centros de Qualidade, além de oferecerem um ambiente adequado e amplo para uma perfeita maturação do queijo, essencial para ser reconhecido como artesanal, dão suporte logístico para coleta, seleção, embalagem e distribuição dos queijos para os grandes centros de consumo".

Para o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, a atuação da Emater-MG foi significativa nesse processo. ôAlém de ter buscado o recurso para a construção dos Centros, a Emater-MG tem se empenhado na organização dos grupos que receberão os empreendimentos, estando presente em todas as etapas de produção do queijo de qualidadeõ, destaca o Secretário, que fala também sobre o papel do Ima, na inspeção dos queijos e na criação do mecanismo que permitiu ampliar a comercialização do produto.

Segundo o secretário de Estado de Trabalho e Emprego, Zé Silva, idealizador do projeto, quando era presidente da Emater-MG, há uma grande expectativa nos mercados de outros estados com o comércio legalizado do queijo mineiro. "A expectativa é grande, pois não há quem não conheça, no Brasil, a tradição e a qualidade, que são referências dos queijos artesanais mineiros". Ele acrescenta que nos Centros, ôestas características serão asseguradas ainda mais com a assistência técnica da Emater-MG, para garantir um aumento da produção, a regularidade e a qualidade do Queijo Minas Artesanal, que é um patrimônio cultural de Minas e de todos os mineiros".

Para Roseno, a ideia é construir Centros de Qualidade nas cinco regiões tradicionais produtoras do Queijo Minas Artesanal (Serro, Canastra, Araxá, Campos das Vertentes e Cerrado), ampliando o benefício aos produtores. Além de Medeiros, o primeiro a ser inaugurado, em Rio Paranaíba há outro Centro de Qualidade em fase de conclusão, que atenderá a 13 agricultores familiares. Há ainda outro em fase inicial, na cidade de Araxá.


Primeiro - Alexandre Honorato produz queijo há 20 anos, mas por volta de 2006, ficou desanimado e desistiu da atividade. Porém, em 2007, incentivado pelos extensionistas da Emater-MG, participou de um concurso do Queijo Minas Artesanal realizado pela Empresa, e ganhou. O resultado do concurso animou o produtor que resolveu investir no Queijo Minas Artesanal, respaldado pela Emater-MG.

"Vivo da produção do queijo, não tenho nenhuma outra fonte de renda. A possibilidade de vender sua produção fora de Minas deu outro ânimo ao produtor. "A gente fica muito restrito vendendo o queijo só em Minas. Saindo do Estado abre um campo maior, agrega valor ao produto. Nós já temos que conviver com a concorrência desleal do queijo clandestino, agora, é partir para outros mercados, buscando uma clientela diferenciada que quer um produto de qualidade, certificado", explica Honorato.

Na queijaria dele são produzidos 130 queijos, diariamente. Ele trabalha com seis funcionários diretos e dois temporários. O nome do queijo fabricado por Honorato é Minerim", do jeitinho que o mineiro fala.

Para Marinalva Soares, o licenciamento foi um ganho para o produtor: "ele mora perto de São Paulo e não podia vender para este Estado, sendo que a demanda é muito grande. Vendo as portas abertas, ele procurou melhorar as instalações e aumentou a produção". Vender o Queijo Minas Artesanal fora de Minas é um avanço para os produtores, porque eles terão acesso direto ao consumidor, sem intermediários. Para isso, precisam ter um volume maior de produção, com regularidade na oferta do produto, semanalmente, o que será possível com os Centros de Qualidade do Queijo Minas Artesanal.

"Esse é um momento importante para Minas Gerais, com a valorização de um produto tradicional de Minas e a abertura para a comercialização do queijo artesanal em todo o Paísõ, ressalta o presidente da Emater-MG, José Ricardo Roseno.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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