Pela 1ª vez em 17 anos produto fabricado no país consegue market share de 60%, superando asiático.
Em um período em que a China domina as vendas no mercado interno brasileiro em vários segmentos, a indústria de brinquedos nacional começa a tomar as rédeas desse mercado no país. Essa deve ser a primeira vez, em 17 anos, que o brinquedo fabricado no país consegue um market share de 60%, desbancando a forte influência dos asiáticos no consumo infantil. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) e mostram que, em 2012, a participação dos produtos nacionais nas vendas ficou em percentual de 45%, enquanto os outros 55% foram importados.
Segundo o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, a entrada de brinquedos importados se intensificou no país em 1996, quando foi reduzido o Imposto de Importação desse setor no país. Para se ter uma noção do impacto, a indústria nacional tinha participação de 98% em 1995 e apenas 2% era de importados. Já em 1996, a produção nacional passou a ter apenas 28% de market share. Na época foram fechadas 536 fábricas, o que levou a demissão de 18 mil trabalhadores em todo o país.
"Entramos em guerra declarada com a China para hoje conseguirmos uma participação maior. Acho que em cinco anos consiguiremos chegar a um percentual de 70% de participação, que é o ideal", afirma Costa. Uma das armas utilizadas neste ano pela indústria local é o lançamento de grande número de briquedos. As 371 fábricas espalhadas pelo Brasil lançaram 1.750 brinquedos neste ano. Outro diferencial do mercado seriam produtos que fazem sucesso entre as crianças brasileiras como os palhaços Patati e Patatá e a galinha Pintadinha.
Com isso, a expectativa é a de crescimento de 12% nas vendas deste ano, totalizando ganho de R$ 4,34 bilhões para os industriais do ramo. A alta esperada na comercialização dos produtos para o Dia das Crianças, importante data para o ramo, deverá ser da mesma ordem, conforme projeções da associação. "Independente da situação econômica do país, a vontade das crianças tem efeito psicológico sobre os pais, que não conseguem dizer não", afirma.
Estrela - O presidente da Estrela, Carlos Tilkian, espera alta nas vendas entre 12% e 15% em relação ao ano passado. A estimativa é baseada no crescimento alcançado no primeiro semestre, de 10%, e nas encomendas já recebidas para o Dia das Crianças. O executivo explica que o comércio demanda os produtos entre o início e o final de agosto, para que as entregas sejam feitas até setembro. A empresa lançou 120 produtos para impulsionar as vendas do período.
O segmento de produtos elétricos e eletrônicos também espera crescimento no Dia das Crianças deste ano. Em Minas Gerais, essa alta deverá ser da ordem de 5%, segundo projeções do vice-presidente nacional e diretor regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Ailton Ricaldoni. "Temos uma produção de produtos de telecom, como telefones, tablets e smartphones, que são boa opção de presentes para as crianças", afirma.
E, no que depender das expectativas do comércio, os resultados da indústria de fato serão positivos. O sócio-proprietário da rede de lojas Estripulia, Tales Capelo Cândido, espera elevação de 15% nas vendas deste ano frente ao exercício anterior. O empresário já fez as encomendas para a data e admite que a demanda por produtos nacionais tem aumentado.
Veículo: Diário do Comércio - MG