O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou ontem que recebeu um comunicado da embaixada da Nova Zelândia em Brasília atestando que não foi enviado ao Brasil nenhum dos três lotes de proteína concentrada de soro de leite contaminados com a bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo, produzidos por uma unidade da empresa Fonterra. O Mapa entrou em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que os dois órgãos trabalhem em conjunto para proteger o consumidor.
Até que as autoridades de saúde neozelandesas atestem o restabelecimento da segurança alimentar e inocuidade dos produtos envolvidos na contaminação, o Mapa suspendeu a habilitação da Fonterra. Além disso, todas as unidades do Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) foram orientadas a devolver os produtos lácteos em pó produzidos após maio de 2012 pela Fonterra eme Hautapu, na Nova Zelândia.
Com o objetivo de confirmar a informação recebida do governo neozelandês e para proteger o consumidor brasileiro, o Mapa rastreou todas as importações de produtos lácteos provenientes daquele país desde maio de 2012 — data de produção dos lotes contaminados — e, de fato, não identificou o ingresso de nenhum desses produtos no Brasil.
O gerente geral da Fonterra no Cone Sul, Fabrizio Jorge, também afirmou que o consumidor brasileiro pode ficar tranqüilo, porque a contaminação está totalmente sob controle: os três lotes afetados foram rastreados e isolados. Segundo ele, o problema ficou restrito a Nova Zelândia, Austrália, Tailândia, Malásia, China e Arábia Saudita.
"Queremos tranquilizar o consumidor brasileiro quanto ao isolamento do problema. Os lotes em questão não chegaram ao Brasil ou a qualquer outro país da América do Sul nem como proteína concentrada de soro de leite nem em mistura láctea de qualquer produto final".
De acordo com o Mapa, a proteína concentrada de soro de leite é comumente registrada no Brasil com a denominação concentrado proteico de soro de leite e utilizado em produtos como bebidas lácteas, iogurtes, fórmulas infantis e bebidas para atletas.
A Fonterra, que trabalha com 650 ingredientes lácteos produzidos na Nova Zelândia, está no Brasil há 12 anos.
Veículo: Diário do Comércio - MG