A safra agrícola de 2013 deve atingir 187,3 milhões de toneladas, de acordo com o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) de agosto, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Se a estimativa for confirmada, a quantidade vai superar a colheita de 2012 em 15,7%, mantendo o recorde para este ano, ainda que as projeções tenham registrado queda de 0,3% em relação a julho.
A expectativa de colheita de trigo está entre as principais quedas, com projeção 12,7% menor do que em julho. Mas, mesmo com as condições adversas, a colheita total deve superar a de 2012 em 16,5%.
No cultivo de feijão, o problema ficou concentrado na estiagem. A redução de produtividade afetará principalmente a primeira safra, que deve ser 7,2% menor do que a do ano passado. Embora as previsões para a produção em agosto também tenham caído para o feijão da segunda e da terceira safras, elas devem registrar expansão de 19% e 2,6% no ano, respectivamente.
Já o sorgo, utilizado principalmente como ração para bovinos de leite, suínos e aves, também teve a previsão de safra ajustada ante o mês passado, em -16,9%.
Entre os resultados positivos, a soja registra sozinha acréscimo de 23,8% na produção em relação a 2012, para 81,312 milhões de toneladas, e volta a superar o milho. A área colhida também cresceu 11,2%, mostrando recuperação ante o ano passado, quando as lavouras sofreram com a estiagem.
A colheita de milho também não decepciona. Pelo segundo ano consecutivo, a segunda safra, plantada após a colheita da soja, foi maior do que a primeira. Na soma, a produção nacional do grão foi 13,3% maior do que em 2012, fechando em 80,755 milhões de toneladas. O destaque foi Mato Grosso, que expandiu sua produção em 29,6% ante 2012, firmando-se à frente do Paraná, tradicionalmente o maior produtor.
"O preço estimulou o plantio dessas culturas", informou o coordenador de Agropecuária do IBGE, Mauro Andreazzi. Com a safra recorde no Brasil e a produção volumosa de milho nos Estados Unidos, no entanto, o preço desse grão não deve seguir em níveis tão favoráveis aos produtores, avaliou. Segundo o coordenador, o bom desempenho nessas lavouras foi o que impediu recuo ainda maior nas estimativas de agosto.
Veículo: Diário do Comércio - MG