Grupo de empresários de Estrela vai assumir o controle da VRS, fabricante de laticínios
Em comunicado divulgado ontem, a VRS Alimentos, fabricante de laticínios localizada em Estrela, informou que passará por uma troca de comando. Os empresários Rui Sulzbach e Valdir Sulzbach anunciaram a dissolução da sociedade a fim de viabilizar a recuperação judicial e o adimplemento das obrigações perante credores. A empresa, que produzia a marca Latvida, vai ser assumida por um grupo de investidores locais. Ainda não há detalhes sobre a retomada das atividades.
Nos últimos meses, a empresa ficou em evidência por ser uma das envolvidas na Operação Leite Compensado, deflagrada pelo Ministério Público do Estado, que desarticulou um esquema de adulteração no leite através da adição de ureia e formol. Entre maio e junho, a companhia teve suas atividades paralisadas durante 34 dias por determinação da Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa).
Após retomar a produção, uma nova vistoria feita pela Cispoa, em 21 de agosto, determinou outra interrupção do trabalho na fábrica. Desde então, a coordenadoria solicitou à Procuradoria-Geral do Estado a cassação definitiva do registro da marca. Isso porque, desde 2003, a empresa apresentava problemas sucessivos e, na percepção do órgão público, não realizava as melhorias solicitadas. O pedido ainda está sendo analisado. Na nova fase, um dos empresários que irá participar da reestruturação da companhia é Nestor Muller, um dos sócios da Univale, distribuidora da Ambev no município. Procurado pela reportagem do Jornal do Comércio, Muller preferiu não se manifestar sobre o negócio.
A prefeitura de Estrela ficou sabendo da troca de comando na empresa através da nota divulgada ao público ontem. “A nossa grande preocupação sempre foi com os empregos e com as receitas. Para nossa alegria, haverá a continuidade da empresa, que é a quinta maior geradora de ICMS da cidade”, diz Marco Aurélio Wermann, secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico. Segundo Wermann, com a instabilidade vivida pela empresa, 100 trabalhadores acabaram ficando sem emprego. A situação só foi contornada, porque a mão de obra foi absorvida por outras companhias da cidade. O secretário diz que a administração municipal deve se reunir com os novos investidores nas próximas semanas.
Veículo: Jornal do Comércio - RS