Brasil é o sexto maior produtor

Leia em 3min 30s

Sementes com genética de qualidade podem melhorar classificação.

O interesse mundial no potencial de crescimento do agronegócio brasileiro não é surpresa e ganha cada vez mais destaque, especialmente com os anúncios da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre o aumento da população e a conseqüente necessidade de maior produção de alimentos. Afinal, serão 9 bilhões de pessoas no mundo até 2050, e para atender a essa demanda a produção mundial de alimentos precisará crescer cerca de 70%.

Diante desse cenário, quando falamos da produção de um alimento básico como a cebola, os números ganham uma dimensão ainda maior. Por ser um ingrediente indispensável em quase todas as cozinhas, a cebola está entre os vegetais mais consumidos no mundo, o que explica o aumento do consumo da cultura proporcionalmente ao aumento da população mundial.

Hoje, o consumo mundial de cebola está em torno de 6,2 kg por pessoa/ano com a expectativa de chegar a 10kg por pessoa/ano em 2050. Mas aqui no Brasil, o consumo per capita, de cerca de 4 kg/ano, ainda é baixo ao ser comparado com outros países como a Libia (30 kg), Emirados Árabes (25 kg), Marrocos (21 kg), Estados Unidos (10 kg), França (8 kg) e Holanda (6 kg). Além disso, apesar de estarmos entre os dez maiores produtores de cebola do mundo, com produção de 1,5 milhões de toneladas em 2012, também estamos significativamente abaixo em relação aos 5 maiores produtores: China, Índia, Estados Unidos, Pasquistão e Turquia.

"Todos os números que envolvem o mercado da cebola são grandes. Trata-se de uma cultura bianual, com desenvolvimento relativamente lento devido ao longo tempo necessário para desenvolver novas variedades, mas de elevado potencial econômico. Por isso, apesar do longo, caro e exaustivo desenvolvimento de semente hibridas de cebola, estamos investindo no Brasil, utilizando todo o conhecimento da Hazera-Nickerson para entregar ao mercado brasileiro variedades adequadas às suas necessidades", afirma Yehuda Olshansky, diretor comercial da Hazera-Nickerson.

O trabalho de seleção genética para se alcançar um novo hibrido de cebola comercial pode demorar até 20 anos, entre as fases do primeiro cruzamento de espécies, criação e estabilização da nova variedade, testes e desenvolvimento para o mercado. Para isso, a empresa, que possui quatro centros de pesquisa na Holanda e Israel, investe 3,5 milhões de euros em pesquisas sobre cebolas, anualmente.

Para atender ao produtor, as pesquisas têm foco na criação de variedades com características de alta produtividade, capazes de usar menos água e fertilizantes, tolerantes ao frio e à seca, e resistentes a doenças. As pesquisas também são direcionadas para atender as necessidades dos consumidores, quando as variedades devem ter boas características em termos de sabor, cor, tamanho, qualidades nutricionais e utilidades culinárias; e os processadores e exportadores quando as variedades devem ter alta capacidade de armazenamento, dormência, firmeza e retenção de cascas, para permitir ao produtor escolher o melhor momento de comercializar o produto.

"Em 2007, fomos a primeira companhia a desenvolver uma variedade de cebola com alta resistência à Downy mildew, uma das mais importantes doenças que acometem a cultura da cebola, causando quebra ou seca da folha. Com as folhas mortas, seus hormônios deixam de ir para os bulbos o que reflete na redução da qualidade de armazenagem do produto", afirma Wim van der Heijden, gerente global de produto da Hazera-Nickerson, unidade no Brasil da Limagrain.

O Brasil, assim como a Holanda, país onde Hazera-Nickerson possui um centro de pesquisas de alta performance em melhoramento genético de cebolas, tem boas condições de clima e solo fértil, porém, ainda não dispôs da mesma genética e controle de qualidade que tornaram o país europeu referência no mercado de cebola, com 90% de sua produção voltada à exportação. Sua cebola é reconhecida por diversas características de interesse do mercado, como uniformidade, formato regular, excelente coloração, firmeza das cascas e, especialmente, boa capacidade de armazenamento, capazes de manter o produto até 9 meses em estoque.

A empresa, que possui todo o know how holandês, também desenvolveu um aplicativo para smartphones com informações sobre todas as doenças que acometem a cultura da cebola. Basta acessar a Apple Store ou Google Playstore e escrever na busca "onion diseases" e fazer o download gratuito.



Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Soja Relevância x Soja Dependência

Safra anima economia, mas risco de seca inspira busca de nova vocaçãoCapaz de movimentar dezenas de bilh&o...

Veja mais
Leite e feijão ajudam cesta básica a manter preço estável

Depois de apresentar altas nas duas últimas pesquisas semanais, o preço da cesta básica permaneceu ...

Veja mais
Novo Queijo Minas Frescal da Tirolez tem embalagem abre-fácil

Pioneira e líder de vendas no mercado de queijos frescos, creme de ricota e creme de minas frescal, a Tirolez Que...

Veja mais
Crocantíssimo lança sabor Bife Acebolado

Crocantíssimo, marca de snacks do Grupo Bimbo – líder em produtos panificados e com mais de 65 anos ...

Veja mais
Patos atrai agroindústria

Grupo paulista investirá R$ 25 mi em fábrica de atomatados.O município de Patos de Minas, no Alto P...

Veja mais
Cotação do café segue em ritmo de queda

Nem o começo dos leilões de contratos de opção de venda do café do governo brasileiro...

Veja mais
Papai Noel chega antes da hora: Comércio antecipa venda de produtos natalinos

Comércio antecipa venda de produtos natalinos e surpreende consumidores, enquanto a indústria vê no ...

Veja mais
Hershey aposta na 'barra gigante' para crescer no Brasil

Os negócios estão doces para a Hershey Co.A fabricante de doces dos Estados Unidos teve um crescimento de ...

Veja mais
Bombril muda comando

O novo presidente da Bombril, Marcos Scaldelai, vai desenhar nos próximos dois meses uma nova estratégia p...

Veja mais