A combinação de chuvas e geadas nos primeiros meses da safra levou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) a reduzir a estimativa para a produção de açúcar na região Centro-Sul, que concentra 90% da produção da commodity no país. Para a entidade, as usinas vão fabricar 34,2 milhões de toneladas de açúcar neste ciclo 2013/14, 3,7% abaixo do estimado em abril.
A razão para a redução da estimativa é que o teor de açúcar na cana, o chamado ATR (Açúcar Total Recuperável), deve recuar. A previsão inicial era de que esse indicador alcançasse 136,7 quilos por tonelada de cana processada na média da temporada. No entanto, ele deve ser 1,98% menor, de 134 quilos por tonelada, segundo a Unica. A nova previsão de ATR é 1,16% menor que os 135,57 quilos por tonelada registrados na temporada passada, a 2012/13.
No fim das contas, a nova estimativa significa uma produção de açúcar praticamente igual à registrada na temporada passada, a 2012/13 (34,1 milhões de toneladas).
Com isso, há previsão de um excedente exportável de açúcar também menor, segundo a entidade. O novo número é de uma disponibilidade de 24,5 milhões de toneladas de açúcar para exportação no Centro-Sul, 5% abaixo das 25,8 milhões de toneladas estimadas em abril. A estimativa da entidade para o excedente de exportação de etanol se manteve inalterada em 2,7 bilhões de litros.
A projeção para a moagem de cana-de-açúcar foi reduzida, mas muito marginalmente. O volume processado deve ser 0,4% menor que o estimado em abril, atingindo 587 milhões de toneladas.
Para o etanol, a Unica estimou um recuo de 1,3% na produção total, que deve ser de 25,04 bilhões de litros. Apesar de ser menor que os 25,37 bilhões de litros estimados em abril, é 17,21% superior ao produzido no ciclo anterior, o 2012/13. Do volume total a ser produzido, 10,9 bilhões de litros serão de etanol anidro (queda de 2,7% em relação à estimativa anterior de 11,2 bilhões de litros) e 14,12 bilhões de litros de etanol hidratado (praticamente inalterado em relação ao estimado em abril, que foi produção de 14,17 bilhões de litros).
O saldo é um mix ainda mais alcooleiro do que o projetado inicialmente. A entidade prevê que 54,37% do caldo da cana na região será direcionado para a produção do biocombustível, ante 53,78% do projetado em abril. O consumo do biocombustível segue aquecido. A estimativa da Unica é de que a comercialização das usinas em setembro tenha superado os 1,1 bilhão de litros vendidos em agosto. "Os preços estão atrativos ao consumidor".
Veículo: Valor Econômico