Entidades representativas do varejo divergem sobre o impacto da greve de bancários sobre o desempenho do varejo. Ontem, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em nota, afirmou que o comércio pode acumular perdas da ordem de 30% no início do mês, caso as paralisações iniciadas no último dia 19 sigam até o quinto dia útil do mês, quando a maioria das empresas executa suas folhas de pagamento. O texto diz ainda que a entidade enviou ofício à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) pedindo acordo imediato entre a categoria e as empresas.
Na avaliação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o impacto é menor. "O desenvolvimento da tecnologia fez com que o impacto das greves dos bancários diminuísse bastante. Grande parte das vendas é feita com cartão de crédito e muitos consumidores sacam no caixa eletrônico. Ainda tem gente que recebe na boca do caixa, mas é um percentual pequeno", afirma Fábio Pina, assessor econômico da entidade. O setor é prejudicado, segundo ele, em situações pontuais, quando é necessário descontar duplicatas e recebíveis, ou quando é preciso acionar o gerente, por exemplo.
O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), que representa as maiores empresas do setor, não se posiciona, mas afirma que o Índice Antecedente de Vendas (IAV), que mede o desempenho do segmento, não foi revisado para setembro. A previsão é de avanço de 8,3% nas vendas no mês, ante setembro de 2012.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) afirmou, por meio da assessoria de imprensa, lamentar os incômodos causados pela paralisação e disse estar "empenhando todos os esforços necessários para chegar a um acordo com as lideranças sindicais dos bancários". A entidade informou que, até o fim da tarde, não havia recebido o ofício da CNDL.
Segundo balanço divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), no 14º dia de greve permaneceram fechadas 11.406 agências e centros administrativos em 26 Estados e no Distrito Federal. A categoria rejeitou o reajuste de 6,1% proposto pela Fenaban no dia 5 de setembro e pede aumento salarial de 11,93%.
Veículo: Valor Econômico