Aquisições na mira da Via Varejo

Leia em 3min 30s

A Via Varejo enviou na sexta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o prospecto preliminar da oferta de ações da empresa e, segundo o documento, metade dos recursos provenientes da oferta primária (destinado ao caixa da varejista) será investida na abertura de novas lojas, aquisições "seletivas" no setor e reforma de lojas existentes.

Trinta por cento do capital será aplicado em projetos de logística e em tecnologia e os 20% restantes, em capital de giro.

O preço por ação será fixado após a coleta de intenções dos investidores ("bookbuilding"). O mínimo de ações a serem ofertadas pelo grupo equivale a 10% do capital total da Via Varejo, mas o volume de ações emitido e o cronograma da oferta ainda não foram anunciados.

Conforme já informado pela empresa há dois meses, será uma oferta pública de units da Via Varejo, no Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa. Os ativos serão compostos por uma ação ordinária e duas preferenciais. Os coordenadores da oferta são Credit Suisse, Bradesco BBI e o Bank of America Merrill Lynch (BofA).

Também será feita uma oferta secundária de ações da empresa, a ser realizada pela família Klein, sócia do GPA na Via Varejo, no montante de 53,7 milhões de ordinárias - que pelo valor do papel cotado na sexta-feira, soma R$ 1,53 bilhão. Os Klein irão vender cerca de 35% dos papéis que têm em mãos (16,6% do capital total). Os recursos dessa operação vão para os fundadores da Casas Bahia.

No prospecto, a companhia reforçou a informação da mudança na posição acionária da Nova Pontocom, operação de comércio eletrônico do grupo. O GPA se tornou controlador direto da empresa, numa operação que pode ampliar o potencial da oferta de ações da Via Varejo, na avaliação de analistas. A Via Varejo é acionista da Nova Pontocom.

Segundo informado em fato relevante na noite de quinta-feira, o GPA adquiriu ações da Via Varejo que representam 6,2% do capital social da Nova Pontocom por R$ 80 milhões. Também comprou 1,96% das ações que estavam com sócios minoritários da Nova Pontocom (fundadores dos sites do grupo) por R$ 25,3 milhões. Ou seja, desembolsará R$ 105,3 milhões por 8,1% da empresa.

Como resultado, o GPA torna-se controlador com 52,06% das ações, Via Varejo fica com 43,90% (Kleis e GPA são sócios de Via Varejo), ficando o saldo de 4% com os sócios minoritários (fundadores). A operação será submetida aos acionistas em assembleia geral.

As negociações envolvendo a compra do controle da Nova Pontocom pelo Grupo Pão de Açúcar começaram há cerca de um mês entre a companhia e a família Klein, que são sócios do GPA na Via Varejo. Era preciso fechar o que as partes chamam hoje de um "acordo de cavalheiros".

Nele, os Klein se comprometeriam a não exercer o direito de veto do aumento do controle direto do GPA na Nova Pontocom. Ao apoiarem o projeto do GPA de assumir o controle do negócio, os fundadores da Casas Bahia entenderam que vão ganhar mais lá na frente. Os Klein consideraram que o apetite dos investidores por um oferta de ações da Via Varejo (que inclui um lote bilionário de ordinárias dos Klein), a ser feita nos próximos meses, vai ser maior com a situação da Nova Pontocom resolvida.

O fato é que a operação dos sites de venda on-line do grupo funcionava com níveis de sinergia baixos em relação à operação física do GPA. Um exemplo: enquanto o grupo operava a bandeira de lojas do Extra, a Nova Pontocom engloba os negócios do site Extra, mas não há uma integração de sistemas e logística entre os negócios. Não se pode hoje, por exemplo, comprar no site do Extra ou do Ponto Frio e retirar na loja. Não há integração dos canais.

Com o GPA como dono do negócio de comércio eletrônico - e não mais como um sócio com controle indireto -, abre-se um campo para a empresa tomar decisões mais rapidamente e trabalhar as sinergias entre as suas operações físicas e on-line. Um interlocutor das partes conta que esse ponto - e especificamente eventuais cálculos do potencial de crescimento da Via Varejo com essa mudança na Nova Pontocom - foi alvo de longas conversas entre os acionistas.



Veículo: Valor Econômico


Veja também

Havaianas vai lançar roupas no segundo semestre de 2014

Conhecida mundialmente, a marca brasileira Havaianas chegará ao ano da Copa com uma novidade para os fãs d...

Veja mais
RUFFLES® traz de volta o sabor Fresh Lemon

O sabor volta em edição limitada de verão em embalagem de 100g, desenvolvida pela agência Nar...

Veja mais
Havaianas: nova fábrica aumenta em 40% a capacidade de produção

Unidade inaugurada em Montes Claros poderá fabricar 102 milhões de pares por ano.São Paulo - A capa...

Veja mais
Tosello Amplia Portfólio Com Mortadela

A Mortadela Bologna que a Tosello traz para a mesa do brasileiro tem um gosto típico e delicado, o aroma e o perf...

Veja mais
Cargill anuncia ampliação em suas fábricas de óleos especiais e gorduras

Investimento integra estratégia da empresa em acompanhar inovação e crescimento da demanda dos clie...

Veja mais
O grande mercado do café é o supermercado

O supermercado é o principal canal de compra de café para o consumidor brasileiro, mas o "atacarejo" vem g...

Veja mais
Feira Anuga gera US$ 6,9 milhões em negócios para o setor de biscoitos

Cinco empresas associadas da ANIB fizeram contatos com importantes players de 20 países A ANIB (Associa&cced...

Veja mais
Brasileiro usa mais óleo especial e Cargill investe

Na hora de cozinhar, o consumidor está trocando óleo de soja por óleos especiais - de canola, giras...

Veja mais
Consumidor confuso

O fenômeno de consumer confusion, provocado pelo excesso de estímulos no varejo que levam a decisões...

Veja mais