Whirlpool vê melhora da demanda no Brasil no quarto trimestre

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O mercado de eletrodomésticos ficou estável no Brasil no terceiro trimestre, devido ao impacto negativo de variações cambiais e da inflação ao consumidor, disse ontem Michael Todman, presidente para as operações internacionais da americana Whirlpool, fabricante das marcas Consul e Brastemp. Mas o executivo vê uma melhora na demanda no quarto trimestre.

"Vemos uma demanda bem forte vindo no quarto trimestre, mas não achamos que isso seja somente devido ao programa para eletrodomésticos ["Minha Casa Melhor"]. Achamos que é o sentimento geral dos consumidores. O câmbio agora estabilizou e é esse tipo de coisa que faz o ambiente", afirmou Todman, em teleconferência a investidores sobre o resultado trimestral. O executivo disse que, dadas as condições atuais, a companhia não espera que o programa do governo tenha um impacto relevante nas vendas no Brasil.

O "Minha Casa Melhor" é uma linha de crédito do governo federal com juros subsidiados pela Caixa Econômica Federal (CEF) para a venda de móveis, eletrônicos e eletrodomésticos para os beneficiários do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida".

O executivo da Whirlpool ressaltou que a companhia mantém uma visão "muito positiva" em relação à tendência de longo prazo no Brasil, sustentada por fatores como a baixa penetração de eletrodomésticos nos lares, a ascensão da classe média e "fortes fundamentos econômicos".

A Whirlpool reajustou preços de seus eletrodomésticos na América Latina, para compensar os efeitos negativos do câmbio e da inflação, e ainda conseguiu aumentar em 12% o número de unidades vendidas.

A receita da companhia, no entanto, caiu 6,5% na região, para US$ 1,12 bilhão, afetada pela queda na venda de compressores. De acordo com Todman, houve uma redução temporária no negócio de compressores, em nível global, causada por eventos não recorrentes que atrasaram as remessas dos produtos, além de ajustes de estoque em alguns clientes do varejo.

Excluindo o impacto cambial e créditos fiscais de incentivo à exportação no Brasil, as vendas na América Latina caíram menos de 1% entre julho e setembro. Durante os terceiros trimestres de 2013 e 2012, o benefício tributário somou US$ 29 milhões e US$ 13 milhões, respectivamente.

A Whirlpool rebaixou a estimativa para o crescimento do mercado de eletrodomésticos na América Latina este ano. Antes, previa uma alta de 1% a 3% no volume de vendas. Agora, a companhia fixou a expectativa em 1%.

"Esperamos que nosso negócio na região tenha desempenho acima da indústria, resultando em um crescimento forte de receita e lucros em diante", afirmou Todman. Segundo ele, a companhia tem ganhado participação de mercado em eletrodomésticos na América Latina e no Brasil.

Todman disse também que a recuperação judicial de um concorrente [a mexicana Mabe ] certamente beneficiou a companhia na região. "Nós continuamos lançando produtos e inovações, portanto isso teve um impacto muito positivo para nós".

O lucro operacional da Whirlpool na América Latina foi de US$ 133 milhões, 12,7% a mais do que os US$ 118 milhões de um ano antes. A companhia também ganhou margem operacional.

No mundo, a fabricante lucrou US$ 196 milhões no terceiro trimestre, um aumento de 165% sobre igual período do ano passado. A receita subiu 4% na mesma comparação, para US$ 4,68 bilhões.



Veículo: Valor Econômico


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