O tomate produzido no Estado já está mais caro e deve voltar a ser o vilão da cesta básica, segundo a Ceasa
O preço do tomate deverá ficar mais caro nos supermercados de Fortaleza até o fim desta semana, voltando a encarecer a cesta básica do consumidor. Na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú, o produto já subiu 60%. Após boa colheita na Serra da Ibiapaba, que puxou para baixo o valor do fruto no Estado, produtores da região não investem em novas plantações a fim de economizar a água utilizada na irrigação, o que contribuiu para diminuir a oferta do produto.
A informação é do coordenador da Unidade de Informação de Mercado Agrícola da Ceasa, Odálio Girão. De acordo com ele, a caixa de tomate (25 kg) passou de R$ 25 para R$ 40, variação que aconteceu ainda neste mês.
Em setembro, em comparação com igual período de 2012, o tomate estava 56,7% mais barato. Em setembro de 2012, a caixa custava R$ 48,03 e, no mês passado, R$ 20,80.
Por conta da baixa oferta, os distribuidores temem que o item fique ainda mais caro. Os tomates produzidos na Serra da Ibiapaba (Tianguá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Ubajara e São Benedito, por exemplo), além de abastecer o Ceará, também são comercializados para os estados do Piauí e Maranhão.
"Os agricultores eles estão economizando água porque também precisam produzir repolho, pepino, alface, cebolinha, brócoli, dentre outros".
Importação é saída
Caso a produção local não consiga atender toda a demanda, enfatiza Odálio, os produtores deverão comprar o item na Bahia e Espírito Santo, onde os preços já estão elevados, isso sem falar nos custos adicionais com frete. "Nesses estados, a caixa já está sendo vendida a R$ 50. Com certeza, o produto não vai faltar nas gôndolas dos supermercados, mas, daqui para o fim do ano, o quilo do tomate poderá chegar ao consumidor final a um preço médio de R$ 4,50", alerta, lembrando da inflação do tomate no 1º semestre deste ano, que foi motivo de piada em todo o País.
Nos supermercados
Em supermercados da Capital, o preço do tomate chega a variar até R$ 2,56, constatou a reportagem em pesquisa direta. Ontem, enquanto o quilo estava sendo comercializado a R$ 0,89 no Center Box, no Pão de Açúcar, custava R$ 3,45, sinal de que o produto já começou a ficar caro.
No Carrefour, o valor era R$ 0,98, R$ 0,99 no Frangolândia, R$ 0,99 no Pinheiro, R$ 1,58 no Hiperbompreço, R$ 1,59 no G Barbosa e R$ 1,80 no São Luiz.
Na Ceasa, não foi só o preço do tomate que sofreu alta neste mês. O pimentão, por exemplo, subiu 50%, saindo de R$ 20 para R$ 30 (caixa com 12 Kg). A beterraba (saca com 25 kg) também teve alta de 50%, saiu de R$ 20 para R$ 30. O valor da cenoura (saca com 25 kg) foi elevado em 33%, passando de R$ 15 para R$ 20. Já o preço da berinjela (caixa com 13 Kg) subiu 20%, saltando de R$ 25 para R$ 30, conforme dados divulgados pela empresa.
Odálio Girão diz que, diferentemente do tomate, os preços desses produtos tendem à estabilidade, podendo até baixar daqui para o fim do ano, considerando que a produção dessas culturas ainda está alta. "Mas, temos que torcer para que o inverno no Nordeste seja bom no próximo ano", destaca.
Veículo: Diário do Nordeste