O aperto no quadro de oferta e demanda na temporada 2013/14 segue garantindo preços firmes no mercado doméstico de algodão. No CIF de São Paulo, a indicação estava por volta de R$ 2,15 por libra peso (41-4 para pagamento em 08 dias) no dia 15. "Também é interessante notar que, depois da alta volatilidade apresentada em agosto, durante setembro e a primeira quinzena de outubro os preços apresentaram oscilações moderadas", destaca o analista de Safras & Mercado lcio Bento.
Em agosto, a diferença entre a mínima (R$ 2,02/libra-peso) e a máxima (R$ 2,28/libra-peso) havia sido de 18,87%. Em setembro, a mínima foi de R$ 2,09/libra-peso e a máxima de R$ 2,15/libra-peso, o que corresponde a uma diferença de 2,87%. "Na primeira quinzena do mês corrente a amplitude das cotações foi de apenas 2,3%", exemplifica Bento.
Esse comportamento deve-se à postura retraída dos agentes de ambas as pontas do mercado. "As indústrias olham para a paridade de importação e vem espaço para acomodações nos referenciais de preços", explica. "Isso se justifica pela queda dos preços internacionais e do dólar em relação ao real, que comparados ao mesmo período do mês anterior apresentam retração", completa.
Pela paridade de exportação, o algodão a R$ 2,07 por libra-peso no interior do Mato Grosso chegaria ao FOB de Santos/SP por volta de R$ 2,24/libra-peso. Com o câmbio do dia 15 de outubro corresponderia a US$ 1,03/libra-peso, ou 22,0% superior à cotação de dezembro/13 na Ice Futures. "Há um mês, essa diferença era de 11,5%, mostrando que o produto nacional está perdendo competitividade internacional", frisa.
Por outro lado, os vendedores vêem no bom desempenho das vendas internacionais a possibilidade de negócios mais atrativos durante a entressafra. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio (Mdic), as exportações brasileiras de algodão somaram 40,3 mil toneladas até a segunda semana de outubro, com média diária de 4,5 mil toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 77,1 milhões, com média de US$ 8,6 milhões. O preço médio é de R$ 1.915,40 por tonelada. Na comparação com setembro, houve aumento de 13,5% na média diária de receita e de 15,5% no volume. O preço recuou 1,8%. Se for comparado o mesmo mês do ano que passou, há redução de 50,3% na receita, recuo de 47,6% no volume e perda de 5,2% no preço. No ano comercial (de junho/2013 até a segunda semana de outubro), as vendas internacionais acumulam 204,711 mil toneladas.
Veículo: Diário do Comércio - MG