Anastasia reitera a Dilma preocupação com crise no café

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Produtores levaram reivindicações ao governador.

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), reiterou ontem à presidente Dilma Rousseff, ao recepcioná-la na Base Aérea do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), na região da Pampulha, antes de ela cumprir agenda oficial em Belo Horizonte, a preocupação com a crise que atinge o setor cafeeiro. De acordo com Anastasia, as medidas anunciadas pelo governo federal ainda não surtiram efeito e os produtores se encontram numa "situação dramática".

No encontro, ficou acertado que ele encaminhará amanhã a Dilma um documento expondo o quadro atual da cafeicultura em Minas. Serão reiterados os principais pedidos do setor, que abrangem, basicamente, a prorrogação das dívidas e a diminuição da disponibilidade do produto, por meio da compra de sacas. "A presidente pareceu-nos muito sensibilizada com a situação dos cafeicultores e se comprometeu a avaliar as propostas para o setor", disse.


Crise -
Segundo a assessoria do governo de Minas Gerais, em abril, Anastasia já havia encaminhado um ofício à presidente requerendo à administração federal a elevação do preço mínimo da saca de 60 quilos do café, de R$ 307,00 para um patamar não inferior a R$ 350,00, "a fim de que o cafeicultor mineiro possa cobrir o custo de produção, que hoje atinge esse patamar na maioria das regiões produtoras". Em maio, o preço mínimo foi reajustado para R$ 350,00, mas, conforme os produtores, o valor ainda não é suficiente para cobrir os custos de produção. A título de comparação, em 2011 a saca de 60 quilos de café chegou a ser negociada por R$ 530,00.

Durante a Semana Internacional do Café, realizada no mês passado em Belo Horizonte, o governador Anastasia e outras autoridades voltaram a cobrar uma política para dar mais sustentabilidade à cafeicultura. "A queda acentuada dos preços atuais cria as condições de uma nova crise do café, semelhante à que o setor enfrentou na virada do século", alertou na ocasião o diretor-executivo da Organização Mundial do Café (OIC), Robério Silva.


Em Minas -
Líder na produção de café no Brasil, responsável por 51,4% da safra nacional, Minas Gerais tem uma safra estimada para 2013 de 25 milhões de sacas, em área plantada de 1,1 milhão de hectares, distribuída por mais de 600 municípios. Essa produtividade e a qualidade do café no Estado estão ligadas ao investimento em pesquisa. São quatro regiões produtoras no Estado: Sul de Minas (47%), Matas de Minas (30,7%), Cerrado Mineiro (19%) e Chapada de Minas (3,3%).

Mais do que um segmento essencial para a economia mineira, o setor cafeeiro representa o principal produto do agronegócio do Estado e o segundo item mais importante da pauta de exportações de Minas. Somente em 2012, as vendas externas do café produzido em Minas Gerais somaram US$ 3,8 bilhões, equivalente a 48% das vendas internacionais de todo o agronegócio mineiro. Tão tradicional na mesa da população mineira, o café é cultivado em 104 mil propriedades, espalhadas por aproximadamente 600 municípios de todas as regiões do Estado.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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