Loja de vizinhaça ganha preferência na hora das compras .
O consumidor de Belo Horizonte, cada vez mais, prefere fazer suas compras de supermercado perto de casa, mesmo que para isso precise pagar um pouco mais. Ele também não se importa tanto em gastar mais para adquirir alimentos naturais ou funcionais, porque a saúde passou a ser uma de suas prioridades, assim como a preocupação com o meio ambiente.
Essas informações constam da pesquisa Hábitos de Consumo em Supermercados de Belo Horizonte, encomendada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) e realizada pelo Instituto Fides, que analisou as mudanças ocorridas em dez anos (2003 a 2013) nas formas de consumo dos belo-horizontinos. O percentual de pessoas que priorizam as lojas de vizinhança para fazer pequenas compras passou de 23,3% para 64,5% neste período.
A proximidade de casa, para 68,30% dos consumidores, é o principal atributo na hora de decidir onde comprar, enquanto em 2003 este percentual era de 35,64%. "Este desejo já era percebido. E não é preço o que leva as pessoas a comprarem perto de casa, mas o ganho de tempo e a facilidade", afirma superintendente da Amis, Adilson Rodrigues.
O consumidor continua usando os hipermercados e as grandes lojas para compras mensais, em busca de preço e maior variedade de marcas e produtos, mas cada vez mais freqüenta os supermercados em torno de sua casa. "A loja maior perdeu a preferência do consumidor", observa o superintendente da Amis. Isto indica que o modelo de "loja de vizinhança" deve ser o que mais vai proliferar nos próximos anos.
Exigentes - Outra informação detectada na pesquisa é que de 2003 para cá, com melhor poder aquisitivo, os consumidores tornaram-se mais exigentes com o atendimento. Os dados mostram que 49% dos entrevistados melhoraram de situação financeira em 2013, percentual que na última pesquisa era de 9,67%.
"Informação clara e rapidez devem passar a ser uma preocupação para os supermercados", prevê Rodrigues. Aumentou de 8,67% para 26,70% a afirmativa de que o atendimento do pessoal nos supermercados "não satisfaz as expectativas" do cliente e caiu de 86,66% para 68,70% a percepção de que o atendimento "supera as expectativas".
Mas há outras novidades que vão influenciar o setor, como a constatação de que a fatia de famílias com computador em domicílio passou de 38,67% para 79%. Já o acesso à internet em casa pulou de 12,93% para 96,20%, tornando as vendas virtuais um grande atrativo, principalmente entre consumidores mais jovens que cresceram familiarizados com a rede.
Sobre a questão ambiental, um dado relevante é o uso de sacolas plásticas. De acordo com a pesquisa, 61% dos consumidores não comprariam em um supermercado que oferece sacola não biodegradável, que poluem o meio ambiente. Já 32% continuariam comprando nesses locais. Mesmo tendo gerado muita polêmica, a mudança de hábito foi incorporada na cidade. Em supermercados freqüentados por pessoas de maior poder aquisitivo, 80% dos consumidores usam sacolas que trazem de casa, percentual que cai para 55% nas lojas de periferia.
Veículo: Diário do Comércio - MG