Indústria de celulares põe o pé no freio

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A indústria de telefones celulares sediada no Brasil foi fortemente impactada pela crise financeira internacional, muito embora tenha ensaiado constituir-se em exceção nos primeiros meses da turbulência, mantendo aquecidas as vendas que vinham vindo muito bem. Mas em novembro o País acabou se inserindo nos números negativos do setor mundial de aparelhos móveis, como repercussão da crise.

 

Dezembro, considerado o melhor mês para as vendas de aparelhos, registrou em 2008 desempenho igual ao de 2007 em volume de unidades, a despeito de os meses anteriores terem registrado expansões vigorosas de até 40% um após outro.
Quando são considerados valores, dezembro ficou abaixo do ano anterior porque o tíquete médio também foi menor.

 

Com isso, a soma de unidades vendidas no ano passado ficou em torno de 47 milhões, segundo estimativas iniciais da indústria de celulares, o que indica crescimento de 10 milhões sobre o total comercializado no ano anterior. Porém, a comparação que a indústria costuma fazer é das vendas efetivas com relação ao que os especialistas previam que ocorresse. E este ano, as expectativas indicavam um Natal 4 a 5 milhões acima dos números que foram registrados em dezembro, reunindo as vendas de operadoras móveis e grandes varejistas, a exemplo de Ponto Frio e Casas Bahia.

 

Essas lojas de departamento funcionam como principal canal de distribuição para o setor de telefonia móvel, embora quem compre da indústria sejam as operadoras móveis, que repassam os aparelhos subsidiados a essas cadeias de varejo para a venda massiva.

 

Futuro preocupa

 

O futuro é incerto e as vendas de janeiro da indústria às operadoras estão próximas de zero, afirmou executivo do setor que pediu para não ser identificado. Para o presidente do site de telecomunicações Teleco, Eduardo Tude, as operadoras celulares estão demonstrando mais cautela. "Não querem comprar novos telefones se a situação não está definida e não se tem certeza de que esses aparelhos terão saída", afirmou. "Deverão aguentar com os estoques mais antigos até a última hora", afirmou Tude.

 

A indústria brasileira engloba Motorola, Nokia, Sony Ericsson, Samsung, LG, Aiko e Venko. As operadoras são Vivo, Claro, Oi, TIM, CTBC e Sercomtel.

 

Estoque atual

 

O varejo tem estoques elevados para o período e, pior, registra perfil de compra rebaixada para os telefones mais baratos, indicando que o comportamento do consumidor foi definitivamente afetado pela crise.
Nos últimos meses do ano, não adiantou as fabricantes e operadoras terem mascarado a alta do dólar, subsidiando em R$ 1,90 o câmbio que beirava R$ 2,30 ou R$ 2,40, pois as vendas caíram apesar desse paliativo.

 

Agora, há previsão de que o Brasil possa até ser mais impactado do que os outros países pois a variação cambial ocorrida no País supera a de qualquer outro. "E ela não chegou a refletir na ponta, pois o varejo impediu, graças ao subsídio das fabricantes e às promoções das operadoras, especialmente em São Paulo, onde a competição recebeu o estímulo da entrada da Oi", afirmou executivo.

 

Sem as promoções de Natal e com o fim da máscara do dólar, a situação poderá piorar, acreditam as fontes ouvidas pela Gazeta Mercantil..
As perspectivas do primeiro trimestre são muito ruins. O alívio poderá vir com o Dia das Mães, em maio, segunda data comercial mais importante.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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