Klin planeja aproveitar câmbio para recuperar mercado externo

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A fabricante de calçados infantis Klin, do interior de São Paulo, quer aproveitar a desvalorização do dólar para ampliar os embarques este ano. Em 2008, a empresa produziu 8,2 milhões de pares e exportou 10% desse total. Por conta da crise, que tem afetado as vendas no mercado interno, a empresa projeta produção estável em 2009 e planeja exportar até 14% desse total.

 

Segundo Carlos Alberto Mestriner, diretor comercial da fabricante, com a desvalorização do dólar, o preço médio dos pares exportados pode ser reduzido. "Estamos com um produto mais competitivo por conta do câmbio", disse. Em 2005, quando a empresa exportava até 30% da produção, o preço médio do par vendido no mercado externo era de US$ 5. No ano passado, foi de US$ 7. Para este ano, Mestriner planeja vender por cerca de US$ 6.

 

Com os países desenvolvidos em recessão, a grande esperança do executivo para recuperar os volume dos embarques são os países da América Latina. "Acredito que seja possível retomar a curto prazo. Culturalmente é mais fácil negociar com os países da região. Além disso, os países da Europa e os EUA vão sofrer mais com a crise", afirmou.

 

Crise internacional

 

Segundo Mestriner, a empresa sofreu muito nos últimos meses do ano passado. Até o segundo semestre, a Klin registrava crescimento de 12% em relação a 2007, acima dos 7% projetados inicialmente. No entanto, no final do ano, a situação inverteu. "Em 25 anos de indústria nunca tinha visto nada igual. Nós paramos todas as nossas fábricas nos primeiros dias de dezembro e demos férias coletivas de 30 dias aos funcionários. Não tivemos encomendas em dezembro", afirmou o executivo. As unidades de produção da empresa, que tiveram que parar, ficam em Birigui, Penápolis e Gabriel Monteiro, no interior de São Paulo, e Três Lagos, no Mato Grosso do Sul. "Em dezembro normalmente trabalhamos com força total, até mesmo com horas extras", disse.

 

Após essa situação inusitada, o mês de janeiro começa a dar sinais de recuperação. "Os lojistas apostavam num volume de vendas inferior ao que foi registrado no final do ano. A grande maioria ficou sem estoques", explicou.

 

Por conta das incertezas que cercam a economia este ano, Mestriner faz previsões conservadoras. A produção, segundo o executivo, deve ficar estável, em 8,2 milhões de pares.

 

A fabricante trabalha atualmente com 80% da capacidade de produção, que é de 40 mil pares por dia.

 

Polo calçadista

 

Birigui, cidade onde fica a sede da Klin, é considerada o maior polo fabricante de calçados infantis do Brasil. No ano passado, o polo produziu 65 milhões de pares de calçados infantis, ante 60 milhões produzidos um ano antes, de acordo com dados fornecidos por Mestriner. No ano passado, 5,7% da produção foi exportada. Cerca de 160 fabricantes de calçados estão instaladas no local.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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