Estudo da Conab sobre os custos de produção de leite da pecuária empresarial mostra que produtores do setor vêm trabalhando com margens muito pequenas ou mesmo negativas. O estudo levantou os custos de produção em seis cidades - duas de São Paulo, duas de Minas Gerais e duas do Rio Grande do Sul. Elas foram selecionadas pela equipe da Conab por terem a bacia leiteira mais importante e, assim, serem representativas de cada Estado, explicou a estatal.
Segundo o estudo, o custo variável na cidade mineira de Ibiá foi de R$ 0,54 por litro em dezembro passado, período em que o levantamento foi feito. O custo variável inclui as despesas de custeio (insumos, serviços, máquinas e implementos, por exemplo) e as financeiras. Na cidade de Pompeu (MG), o custo variável foi de R$ 0,59 por litro.
O preço médio pago ao produtor de Minas Gerais, segundo o Cepea/Esalq, foi de R$ 0,5887 por litro em janeiro (pelo leite entregue em dezembro). "O valor cobre apenas o custo variável, mas não o custo total", observou Maria Helena Fagundes, analista do setor de lácteos da Conab. O preço pago ao produtor é bruto e ainda sofre descontos com frete e impostos.
Nas cidades gaúchas de Ijuí e Passo Fundo, a Conab apurou custos variáveis de R$ 0,53 e R$ 0,54 por litro, respectivamente, num levantamento feito em janeiro. No Estado, segundo o Cepea, o preço médio pago ao produtor foi de R$ 0,6061. "Cobre um pouco mais que o variável, mas não o total, que é de R$ 0,82", disse a analista. No caso de São Paulo, o custo variável ficou em R$ 0,60 em Guaratinguetá e em R$ 0,57 em Mococa. O preço pago no Estado foi R$ 0,6331.
Para fazer o estudo, a Conab visitou fazendas com produção acima de 150 litros de leite por dia. Nos próximos estudos serão apurados os custos em Rondônia e Goiás.
Com base na pesquisa de custos, a Conab tem feito intervenções no mercado por meio de leilões de subvenção para o escoamento de 400 milhões de litros da leite.
Veículo: Valor Econômico