Varejistas americanas anunciaram ontem um preocupante conjunto de números referentes às vendas em janeiro, num mês que é tradicionalmente um período de liquidação de estoques e grandes descontos.
A Retail Metrics, que monitora as estatísticas de vendas mensais, disse que seu índice de vendas em mesmas lojas, computado com base no desempenho dos principais varejistas, caiu 1,8% no mês, sendo esse o quarto mês consecutivo de queda no índice.
Mas a Wal-Mart, maior varejista americana, teve mais uma vez um desempenho superior ao do resto do setor, tendo anunciado ontem que as vendas em mesmas lojas subiram 2,1% no mês, acima de suas próprias previsões. O grupo informou que deixará de fornecer projeções mensais de vendas e, em vez disso, oferecerá um balizamento a cada 13 semanas, pois as oscilações no comportamento dos consumidores tornam difícil fazer previsões num período tão volátil.
Em contraste, a Target, concorrente do Wal-Mart que atende clientes de mais alta renda, anunciou uma queda de 3,3% nas vendas em mesmas lojas, e rebaixou sua projeção para o quarto trimestre, dizendo que os lucros cairão para um "pouco abaixo" da estimativa de US$ 0,86 por ação.
Outras grandes varejistas vivenciaram dificuldades em janeiro. As vendas em lojas comparáveis da JC Penney caíram 16,4% no mês passado. A rede de lojas de departamentos disse esperar fracos gastos pelos consumidores e que as tendências negativas das vendas persistam em 2009. A Kohl, sua concorrente, disse que as vendas em mesmas lojas caíram 13,4% em janeiro.
A Macy´s, maior rede americana de loja de departamentos, disse que as vendas em mesmas lojas caíram 4,5% no mês passado. Nesta semana, a varejista anunciou que cortará 7 mil postos de trabalho.
As varejistas de artigos de vestuário estiveram entre as mais duramente impactadas no mês passado. A GAP informou que as vendas em lojas comparáveis caíram 23% - inclusive uma queda de 34% em suas lojas de marca Old Navy - ao passo que a American Eagle Outfitters anunciou queda de 22% em suas vendas.
A Buckle, varejista de Nebraska que visa o público jovem, mais uma vez venceu a tendência com um crescimento de 14% nas vendas em mesmas lojas.
No topo mais sofisticado do varejo, a Saks anunciou uma queda de 23,7% nas vendas comparáveis em janeiro, ao passo que suas vendas totais caíram 22,7%, para US$ 147,1 milhões, apesar de grandes descontos.
A Saks anunciou que deverá registrar "um considerável aumento, ano sobre ano", na margem de lucro bruto referente ao quarto trimestre, citando "o grau e volume de reduções de preços" e "o fato de os consumidores continuarem a migrar para mercadorias promocionais e para liquidação de estoques".
Veículo: Valor Econômico