Logística marítima terá aportes que ampliam movimentações

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Mesmo com a recente oscilação de preços dos fretes marítimos e com os reflexos da turbulência econômica nas operações em todo o mundo, as empresas ligadas à logística marítima confirmam aportes na expansão de terminais e a ampliação da frota no País para 2009. É o caso da Aliança Navegação e Logística, do grupo alemão Hamburg Süd, que substituirá embarcações, elevando em 20% sua capacidade de transporte na cabotagem no País; a companhia também conseguiu aumentar para R$ 2,4 bilhões, o faturamento de 2008, contra os R$ 2,2 bilhões do ano anterior.

 

A Santos Brasil pretende investir R$ 30 milhões, até 2012, em um terminal de contêineres localizado no Estado do Pará, enquanto a Log-In Logística Intermodal, que tem a companhia Vale como acionista majoritária (com 31% de seus ativos), reafirma os R$ 228 milhões em investimentos, tanto na ampliação de terminais quanto na construção de navios porta-contêineres, com a possibilidade de ajustar para cima o montante anunciado. "Estamos próximos de anunciar o fechamento de um contrato de construção de mais dois navios", afirmou Mauro Oliveira Dias, diretor presidente da Log-In. As duas embarcações às quais Dias se refere têm aportes calculados na casa dos R$ 350 milhões, e parte deste montante pode integrar o orçamento de 2009, elevando a previsão de investimentos. Essa revisão será para contemplar o projeto de transporte dedicado de bauxita para Alunorte e o terminal de Manaus, conquistado pela empresa no ano passado.

 

O diretor está otimista em relação às atividades de cabotagem (navegação costeira dentro do País), da empresa e crê na ampliação de market share nesse segmento. "A oscilação do frete não afetará esse mercado como tem impactado o internacional", disse, e incluiu que a intenção é oferecer preços mais competitivos que os cobrados pelos caminhões.

 

Dos mais de R$ 220 milhões fechados para serem aplicados em 2009, mais da metade vão para à construção de navios porta-contêiner, cerca R$ 28 milhões para a aumentar a capacidade do Terminal de Vila Velha (TVV), no Espírito Santo, e parte para o terminal intermodal de Paulínia, no interior de São Paulo. O restante, cerca de R$ 15 milhões, fica para investimentos correntes.

 

Manaus-Buenos Aires

 

Para este ano, a Aliança preparou a substituição de duas embarcações de 1,2 mil TEUs de capacidade (TEU é medida de capacidade equivalente à de um contêiner de 20 pés), por navios maiores, além de nacionalizar o Aliança Santos e iniciar a operação do Aliança Manaus, ambos podendo abrigar até 2,5 mil unidades. As alterações devem aquecer as operações internas, como, por exemplo, o serviço entre Manaus e Santos, com a opção de estender o percurso até Buenos Aires.

 

"Investir na cabotagem é necessário em um momento em que muitas empresas que exportariam se voltam ao mercado doméstico", falou ao DCI, Bruno Crelier, gerente de Cabotagem da Aliança, ao colocar também que esse tipo de transporte marítimo pode representar uma economia de entre 15% e 20% ao embarcador, em relação ao modal rodoviário.

 

Crelier contabilizou que a empresa continuará com 10 navios para cumprir serviços de cabotagem, o que representa um total de 90 escalas em portos nacionais, com a possibilidade de movimentar 20 mil TEUs por semana, ou seja, 20% a mais do que no ano passado. "Daremos atenção especial à interligação dos portos da Região Nordeste e Sudeste e do Mercosul", incluiu.

 

A Aliança trabalha com o que chama de "BR-Marítima", que possibilita aos clientes uma operação completa porta-a-porta, que é possível por conta da parceria com operadores rodoviários e ferroviários como a América Latina Logística (ALL) e a MRS Logística.

 

Entre os setores atendidos pela Aliança na Cabotagem, o diretor citou o de eletroeletrônicos, varejo, maquinário, plásticos, alimentos e petroquímicos. Sobre a identidade dos principais clientes ele colocou apenas que entre eles "estão os principais players desses setores".

 

Norte

 

Com o objetivo de tornar o terminal de contêineres de Vila do Conde (Covicon), no Pará, um dos mais importantes da Região Norte - ele fica a menos de 100 quilômetros do centro industrial de Belém do Pará -, a Santos Brasil mantém um plano de investimentos, até 2012, que deve dobrar a capacidade de movimentação do local, elevando-a dos atuais 250 mil para 500 mil TEUs.

 

Neste ano, a aposta é a chegada, em março, de um guindaste de R$ 8 milhões (equipamento sobre rodas que retira o contêiner do navio para colocá-lo no terminal). Segundo a Santos Brasil o Convicon "é o único terminal de contêineres na Região Norte a utilizar esse tipo de equipamento, com capacidade para movimentar até 100 toneladas".

 

Veículo: DCI


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