A crise financeira internacional, agravada em setembro, não influenciou o consumo dos belo-horizontinos em 2008. No ano passado, o comércio da Capital registrou crescimento de 4% nas vendas em relação a 2007, segundo pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) divulgada ontem.
"Apesar de a turbulência econômica ter chegado de forma mais intensa no último trimestre do ano, o resultado do varejo foi muito bom. Não podemos reclamar da crise, já que o comércio vem mantendo sua dinâmica", comemorou o presidente da entidade, Roberto Alfeu.
No acumulado do ano, os setores que mais contribuíram para o resultado positivo foram artigos diversos (acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça e pesca, material esportivo e fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha), com crescimento de 8,2%, seguidos por tecidos, vestuário, armarinho e calçados ( 7,8%), ferragens, material elétrico e de construção ( 5,4%), veículos novos e usados ( 5,1%), produtos farmacêuticos, odontológicos e veterinários ( 2,8%), máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças ( 2,8%) e supermercados e produtos alimentícios ( 2,6%).
Dezembro também apresentou saldo positivo, segundo a pesquisa. Em comparação com novembro, as vendas do varejo aumentaram 14,2%, em função do Natal. Já em relação ao mesmo mês de 2007, os negócios cresceram 5,6%.
"Foi realmente um resultado muito bom. Ainda mais que estamos comparando sobre uma base aquecida, já que crescemos em cima de um resultado positivo. Em dezembro de 2007, tivemos um acréscimo de 15,6% nas vendas em Belo Horizonte", observou.
Em dezembro, os setores que mais cresceram foram tecidos, vestuário, armarinho e calçados ( 18,6%), ferragens, material elétrico e de construção (12,9%), produtos farmacêuticos, odontológicos e veterinários ( 7,7%) e artigos diversos ( 4%).
Para 2009, o presidente da CDL/BH acredita que as vendas devem manter-se aquecidas. "Embora as vendas de janeiro ainda não terem sido fechadas, tudo indica que o resultado deve ser bem parecido com o registrado no mesmo mês do ano passado", disse. Para Alfeu, apesar de a crise já ter chegado a outros setores da economia mineira, o comércio ainda não sentiu os impactos de forma significativa.
Veículo: Diário do Comércio - MG