Os negócios da fabricante de alimentos congelados Torre Eiffel (Distribuidora Rocha Ltda), instalada no bairro Lagoinha, região central da Capital, não acompanharam a tendência do setor, blindado contra os efeitos da crise. A empresa fechou 2008 com crescimento de 10% na comparação com 2007, resultado bem inferior ao projetado para o exercício. O índice estimado não foi informado. Em 2009, os negócios devem se manter desacelerados.
Segundo o socioproprietário da Torre Eiffel, Pedro Cláudio Rocha, a máxima de que o setor de alimentos demorará para sentir os efeitos da crise não condiz com os resultados da empresa. "Essa análise dos economistas é equivocada. Com a falta de liquidez no mercado o consumidor também reduz os gastos com alimentação, pelo menos com itens congelados, considerados supérfluos", afirmou.
A análise vai de encontro às estimativas das entidades que representam o setor. Segundo pesquisas, a indústria de alimentos no país deve apresentar leve crescimento ou estabilidade em 2009. Ainda pessimista e ignorando as tendências de mercado, Rocha disse que não prevê aumento na receita, produção. Contratações estão descartadas.
"Fizemos um investimento de R$ 400 mil no ano passado em máquinas estrusoras para atender à demanda que, provavelmente, não se manterá em 2009", analisou. Os recursos foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outro problema que a empresa irá enfrentar este ano é com relação ao atual endereço. A fábrica da Torre Eiffel, com 40 anos de fundação, está instalada em um terreno de 6 mil metros quadrados na avenida Antônio Carlos que está prestes a ser desapropriado pela Superintendência de Desenvolvimento Urbano da Capital (Sudecap) por conta das obras de ampliação da via.
Conforme o empresário, a mudança vai gerar custos para a empresa em uma época de contenção de gastos. A previsão é de que a nova planta seja construída ainda no primeiro semestre deste ano. O local não foi revelado.
Em 2004, a empresa, que chegou a ter 17 lanchonetes na Capital, deixou o varejo para se dedicar exclusivamente à indústria. "Foi a melhor opção naquela época, pois tínhamos que investir muito na manutenção das lojas", disse.
Atualmente, a Torre Eiffel conta com 250 funcionários diretos, produzindo 100 toneladas de alimentos congelados por mês, cujo mix é composto por 70 itens. Segundo Rocha, 60% da mercadoria é vendida para Minas Gerais e o restante para os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Distrito Federal (DF).
Veículo: Diário do Comércio - MG