Os negócios do segmento cresceram 3,78% em janeiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Os supermercados mineiros ainda não sentiram os efeitos da crise financeira. As vendas no setor em janeiro cresceram 3,78%, em comparação com o mesmo período do ano passado, em valores deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com dados do Termômetro de Vendas da Associação Mineira de Supermercados (Amis), divulgados ontem.
"Para nós foi uma grata surpresa, já que não esperávamos um resultado tão bom no mês passado, até em função da crise. Acreditávamos que seria no máximo um empate", afirmou o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues.
Devido à sazonalidade, em relação a dezembro, o resultado não foi positivo. Nesse caso, houve queda nas vendas de 21,36%, o que já era esperado pelo setor. "A base de comparação é muito alta, já que temos o Natal, época em que as compras aumentam em função das festas de fim de ano. A queda nas vendas em janeiro é natural", disse.
"As pessoas estão mais cautelosas com o dinheiro. Comprometem menos os salários e com isso acaba sobrando mais para gastar com compras nos supermercados. Além disso, mesmo com o problema, houve um ganho de renda real do brasileiro e, segundo o IBGE, 99,8% das pessoas que estavam trabalhando no ano passado, continuam empregadas", ressaltou.
Por outro lado, Rodrigues disse que, para manter as vendas aquecidas, o setor precisa estar sempre inovando nas promoções. "Com isso, aliado ao aumento dos custos, a rentabilidade caiu", observou. Conforme o superintendente da Amis, o lucro do negócio, que era em média 2% antes da crise, caiu atualmente para 1% a 1,5% do faturamento total.
Otimismo - Nos últimos seis anos o setor cresceu 32%, acima da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no período, que avançou 24%. Em 2008, o crescimento foi de 3,44% ante 2007 e os investimentos nos supermercados mineiros alcançaram R$ 160 milhões, com implantação de 35 novas lojas e reforma em 55 estabelecimentos. Atualmente, o setor emprega 120 mil pessoas em todo o Estado.
Para este ano estão previstas a geração de 5 mil postos de trabalho, além de aportes da ordem de R$ 145 milhões, com inauguração de 25 lojas e reforma de outras 30. A estimativa é de um crescimento de 3%, com R$ 12 bilhões de faturamento.
Para fevereiro, a expectativa do setor é de que não deverá ocorrer grande variação nas vendas, por se tratar de um mês pequeno e pelo feriado de Carnaval, que diminui a presença de consumidores nas lojas.
Veículo: Diário do Comércio - MG