Computador sem marca perde espaço

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Fatia de mercado das máquinas “montadas” caiu de 70% para 34%, em cinco anos

 

Os computadores sem marca, muitos deles montados no mercado informal, estão perdendo espaço entre os consumidores. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a fatia destas máquinas nas vendas registradas pelo setor era de 70%, em 2003 e caiu para 34% em 2008. No ano passado, das 12 milhões de unidades vendidas, 4,08 milhões vieram do mercado informal.

 

Ivair Rodrigues, consultor da Abinee e um dos responsáveis pelo levantamento, atribui a perda de espaço dos informais à redução de preço de computadores de mesa (desktops) e portáteis (notebooks ou laptops), o que ajudou na popularização dessas máquinas. Segundo ele, há cinco anos o mais simples dos notebooks tinha preço médio de R$ 3,5 mil.

 

“Atualmente, é possível encontrar bons produtos na faixa de R$ 1,6 mil”, afirma. Ele explica que o processo se intensificou em 2005, após o governo isentar parte do setor do pagamento do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Fim Social (Cofins), o que, de saída, reduziu o preço para o consumidor em quase 10%.

 

Risco maior

 

O risco de adquirir produtos falsificados ou com defeito existe. Livrar-se dele depende de alguns cuidados na hora da escolha.
Rodrigues recomenda que a primeira decisão é escolher um estabelecimento de confiança, que pode ser rede de varejo ou loja especializada. Segundo o consultor, estabelecimentos ilegais costumam vender produtos que não estão oficialmente no mercado, o que torna a assistência técnica em caso de defeito algo impossível.“Há casos em que os comerciantes falsificam embalagens, com informações em português e marca conhecida, mas que na verdade guardam produtos ilegais”, diz.

 

Rodrigues afirma, ainda, que uma parte dos artigos comercializados na banda informal são apregoados como novos, mas se trata de itens recondicionados ou com pequenos defeitos. “Mais ou menos como um outlet de roupas, só que no caso de computadores traz muita dor de cabeça”, avalia.

 

Na opinião de Rodrigues, é muito difícil um consumidor comum notar problemas na máquina à primeira vista, daí a importância de realizar a compra em um estabelecimento conhecido e confiável. Ele explica que um sinal de problema é o preço. Quando a diferença de valor é grande, algo entre 30% ou 40%, por exemplo, o consumidor deve desconfiar e buscar outro ponto para fazer a compra, recomenda o consultor.

 

Almir Meira, professor de Rede de Computadores da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), alerta para o cuidado de fazer negócios em lojas informais que vendem um computador “montado”.

 

Ele observa que o mais correto é optar por um fabricante conhecido, além de verificar a facilidade de assistência técnica. Ele sugere que antes de acertar a compra, o usuário vá até o site do fabricante e verifique se o o computador que ele quer comprar está de acordo com as configurações oferecidas.

 

Meira também avisa que é necessário conferir os programas que foram previamente instalados na máquina. “O usuário precisa comprar algo de acordo com suas necessidades”, diz.

 

A Abinee informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que busca reduzir cada vez mais a participação dos informais no setor. Para tanto, “tem atuado junto aos órgãos governamentais e de fiscalização, como Receita Federal e Polícia Federal para que coíbam de forma rígida as vendas em desacordo com as normas legais”. A Abinee espera reduzir a fatia dos informais a 20%.

 

EVITE PROBLEMAS

 

Compre de revendedor de confiança, de preferência em redes do varejo ou loja
especializada

 

Há diversas lojas do mercado não-oficial que vendem produtos recondicionados ou com pequenos defeitos como se fossem novos

 

Desconfie de preços muito baratos. A margem de lucro utilizada pelo setor pode permitir diferenças de 5%, mas não de 30% ou 40%

 

Em alguns casos, há falsificação até da embalagem, o que leva o consumidor a acreditar que está comprando um produto legítimo, de fabricante conhecido, quando na verdade foi enganado

 

Encontrar assistência técnica para produtos não-oficiais é tarefa quase impossível

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


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