Varejo popular prevê crescer até 5%, com lucros menores

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Embalados pelo ritmo de carnaval, comerciantes de varejo popular esperam fechar o trimestre com crescimento de até 5%. Contudo, os varejistas ressaltam que as margens de lucro são menores, pois não houve grandes repasses aos consumidores.

 

De acordo com Ondamar Ferreira, gerente-geral do Armarinhos Fernando, o primeiro trimestre deste ano deve superar o do ano passado. "A demanda esta grande e atendeu nossa expectativa. O crescimento deve chegar a 4,5%. Para mim é um número excelente, frente à crise. Ano passado nosso crescimento foi de 3%, por isto comemoramos."

 

Ele explica que uma das molas propulsoras do crescimento da rede foi o material escolar. "Nossa venda de cadernos foi muito forte, principalmente nos licenciados. Vendemos quase 5%."

 

A aposta de Ferreira para fechar o trimestre dentro da meta de 4,5% também está ancorada na Páscoa. "Este ano vamos apostar bastante em coelhos e ursos de pelúcia, será nossa grande novidade." Ele ressalta ter grande estoque de ovos de chocolate, chocolates de vários formatos e sabores e caixas de bombons. "Outra via de crescimento será a venda de embalagens e fôrmas para a fabricação de produtos de Páscoa."

 

Marcelo Mouawad, dono das quatro lojas Semaan, comemora o incremento de 15% de vendas no carnaval e espera fechar o bimestre com crescimento 4% maior. Apesar de manter os mesmos índices de expansão do ano passado, Mouawad destaca que o lucro foi menor, apesar do maior volume de vendas. "O lucro certamente foi sacrificado por não repassarmos preços, e isto gera impactos. No ano passado demos folga na segunda-feira de carnaval; neste ano, trabalhamos."

 

Segundo o comerciante, o principal ingrediente para crescer foi a manutenção dos preços. "Se repassássemos os preços e fizéssemos estoque menor, não teríamos estes resultados. Além do mais, o carnaval foi mais longo (ano passado, dia 5 de fevereiro e este ano, dia 24). O clima também ajudou, pois choveu pouco."

 

O especialista em varejo Luiz Góes, coordenador do Núcleo de Estudos e Projeções Econômicas da GS&MD Gouvêa de Souza, diz que a tendência do varejo popular é crescer, mas com margens e ritmo menor que em 2008. "O setor mais popular terá crescimento menor do que se esperava, por causa da crise. Se se mantivesse o ritmo, poder-se-ia chegar a números maiores que 5%."

 

O coordenador acredita que a falta de crédito faz com que o dinheiro que seria reservado para pagar prestações migre para outros segmentos, como supermercado e vestuário. "A pessoa com dificuldade de crédito compra roupas simples e alimentos", explica o especialista.

 

Movimento

 

Segundo a União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), a venda de produtos de carnaval, como fantasias e espumas, teve um aumento de 12% em relação ao ano passado. De acordo com a entidade, este resultado é creditado a estoques feitos antes da alta do dólar. A Univinco revelou também que a movimentação de pessoas chegou a pico de 700 mil pessoas na semana antes do carnaval.

 

Vestuário

 

Outro setor do varejo popular que deve comemorar crescimento é o setor de vestuário. Para Jean Makdissi, diretor da Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), o crescimento deve ser de 5% no final do trimestre. "Esse índice já foi registrado no primeiro bimestre. Isto é acima da expectativa." Makdissi avalia que quatro fatores são fundamentais para o crescimento: o adiamento das compras, a substituição de consumo, as liquidações e melhora no atendimento ao cliente. "O Brasil não sofreu tanto os efeitos da crise, mas o sentimento de desconfiança fez com que o comprador adiasse a compra."

 

Makdissi observa que o consumo de eletroeletrônicos caiu e em seu lugar compram-se roupas. "As liquidações, condições de pagamento e maior qualidade dos produtos, atendimento e melhor aparência das lojas impulsionam o comércio popular." Ele destaca a venda de roupas de verão no primeiro bimestre: "Semana que vem chegam produtos de inverno: teremos liquidações e novidades aos compradores". Makdissi destaca que o tíquete médio teve acréscimo de 5% e chega a R$ 50 no varejo e R$ 350 no atacado.

 

Veículo: DCI


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