Ponto-de-venda menor é opção na crise

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Em tempos de crise, empresas de vestuário, calçados, presentes e cosméticos investem em um formato de ponto-de-venda memenor, mais econômico, para expandir suas redes. Entre elas estão Imaginarium, Lee, Wrangler, Marisol, Lacoste, L'Occitane, Timberland e Zefferino, que têm apostado fortemente em espaços exclusivos dentro de lojas que vendem várias marcas, batizados no varejo de "corners". 
"Com a crise, as varejistas vão tentar rentabilizar ao máximo seu negócio e os 'corners' são mais uma fonte de receita", disse Marcelo Cherto, sócio do Grupo Cherto, consultoria especializada em varejo. 

 

Segundo as empresas ouvidas pelo Valor, as vendas crescem entre 30% e 40% após a instalação de um espaço exclusivo para sua marca. E o investimento nesse tipo de ponto é muito menor se comparado ao custo de uma loja exclusiva. Na Imaginarium, por exemplo, uma área dessas demanda capital de R$ 3 mil - valor bem abaixo dos R$ 200 mil, em média, exigidos na abertura de uma franquia tradicional. 

 

Além do custo reduzido, as empresas que investem nesse modelo de negócio vislumbram também os clientes da loja, normalmente seu público-alvo, e servem para testar algumas praças consideradas duvidosas ou com poucos habitantes. "A Zeferino ainda é uma marca nova e com preço alto. Nós apanharíamos muito abrindo direto uma loja própria. Por isso, nossa estratégia foi criar um espaço exclusivo dentro de multimarcas famosas em outras cidades", afirmou Eduardo Rabinovitch, da empresa de gestão de marcas ER e ex-sócio da Vicunha. A Zeferino tem duas lojas próprias em São Paulo e "corners" em butiques de Curitiba, Brasília e Belo Horizonte. 

 

Para muitas empresas a expansão em 2009 acontecerá por meio desses espaços mais econômicos. A marca catarinense de presentes Imaginarium quer abrir neste ano 50 pontos em lojas de diversos gêneros. O número de franquias previsto é bem menor - 12. "Em apenas um ano e meio, abrimos 350 pontos, que hoje representam 20% do faturamento", diz Carlos Zilli, diretor da Imaginarium, que prevê aumento de 10% na receita, que foi de R$ 69 milhões em 2008. 

 

Com espaços exclusivos em dez lojas, a grife de jeanswear Wrangler tem como meta neste ano abrir mais dez áreas exclusivas em lojas multimarcas. "Nossa estratégia é crescer em canais específicos, principalmente aqueles ligados ao universo 'country' (rural)", diz Maria Travitzki, gerente de marketing da VF Corporation, grupo que detém cerca de 50 marcas, entre elas a Lee, Wrangler e Kippling. 

 

Neste ano, o grupo VF investirá R$ 200 mil para a expansão da Wrangler e da Lee. Esta ganhará mais cinco "corners". "A meta é crescer especificamente por esse canal de venda", complementa Maria. A Lee possui apenas uma loja própria em São Paulo, sendo que os demais pontos-de-venda das marcas de jeanswear são pontos menores dentro de outras lojas. 

 

A Lacoste , que está se reposicionando para conquistar o público jovem, também está de olho em espaços exclusivos. Com 17 pontos, a marca do jacaré almeja ter mais 33 pontos em outras lojas até 2010. Nesse mesmo período, está prevista a inauguração de, no máximo, 12 lojas padrão. 

 

No caso da Lacoste, o investimento de cerca de R$ 3 mil, o metro quadrado, sai do bolso do lojista. Mas na maioria dos casos quem faz o investimento é a própria empresa que vai estampar sua marca dentro da loja. "Para o varejista é uma oportunidade para aumentar as vendas e agregar valor ao seu estabelecimento", diz Ana Vecchi, diretora da consultoria de varejo Vecchi Ancona. 

 

Veículo: Valor Econômico


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