Pela primeira vez em 2015, em novembro, todos os ramos da indústria tiveram menor demanda na comparação anual, com destaque para os setores têxtil, automotivo, metalúrgico e mineração.
O consumo de energia elétrica pela indústria brasileira recuou 8,9% em novembro de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi o pior registrado para o mês nos últimos 12 anos.
A queda registrada em novembro também foi considerada a maior de 2015, ano em que a demanda industrial por eletricidade já vinha caindo desde janeiro. No mês, o segmento consumiu 13,8 mil gigawatts-hora (GWh) de energia, ante 15,2 mil GWh em 2014. No acumulado do ano, o recuo foi de 5,1%, de 164,4 mil GWh no ano anterior para 156,1 mil GWh em 2015.
Somada à retração de 2,2% no mercado residencial e de 2,6% no comércio, a redução do consumo na indústria levou a um recuo de 4,4% na demanda total por energia elétrica no Brasil em novembro. No consolidado do ano desde janeiro, o País consumiu 425,9 mil GWh, 2,1% a menos do que em 2014.
Em novembro, pela primeira vez no ano, todos os dez ramos industriais pesquisados tiveram resultados negativos. O setor têxtil foi o que apresentou maior retração do consumo de energia, com queda de 15,3% na comparação anual. Em seguida, vieram as áreas automotiva, recuando 14,8%, e de produção de materiais metálicos (exceto máquinas e equipamentos), caindo 13,6%.
Também pela primeira vez em 2015, a demanda por eletricidade na mineração caiu, uma retração de 7,6%. Segundo a EPE, apesar do avanço do consumo na extração de minério de ferro no Pará, os estados do Espírito Santo e Minas Gerais registraram declínios após do desastre ambiental em Mariana, que paralisou a produção em algumas unidades.
O ramo metalúrgico, afirma a estatal, também vem enfrentando grandes desafios e reportou uma queda de 11,7%. Para a EPE, os principais obstáculos que pressionaram o setor foram os estoques altos nos distribuidores de aço e o enfraquecimento do mercado, sobretudo dos compradores das indústrias automobilística, de bens de capital, eletrodomésticos e construção civil.
Mercado Livre
A situação no mercado livre de energia, em que os consumidores compram energia diretamente dos geradores, também não é das melhores. Segundo a maior empresa comercializadora que atua no ramo, a Comerc, o consumo de energia dos seus clientes caiu 3,84% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2014.
De acordo com a companhia essa foi a 11ª queda anual consecutiva registrada no ambiente livre, que concentra os maiores clientes industriais do País. Para a Comerc, a retração pode ser explicada pela menor demanda industrial e pelo desaquecimento da economia.
O setor mais crítico foi o de Veículos e Autopeças, cujo consumo no mercado livre despencou 20,5% em novembro. Logo atrás, ficaram os Manufaturados (-11,56%) e a Eletromecânica (-11,17%).
Veículo: Jornal DCI