Governo fará compras para repor estoques

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O Brasil, o maior produtor mundial de café, deverá comprar até 3 milhões de sacas (de 60 quilos) do grão a preços superiores aos do mercado para aumentar os estoques, reduzindo a disponibilidade do produto num ano em que a produção brasileira deverá despencar até 20%. O País vai pagar cerca de R$ 300 (US$ 130,4) por saca, disse o secretário da Produção Agrícola, Manoel Bertone. A aquisição equivalerá a cerca de 11% das exportações brasileiras de café.

 

A iniciativa vai reduzir ainda mais a oferta de café para vendas externas num ano em que a safra brasileira deverá cair, uma vez que a lavoura ingressa na metade mais lenta de seu ciclo de crescimento de dois anos, e os produtores empregam menos fertilizantes para reduzir os custos, o que compromete a produtividade.

 

"O governo reconhece que tem que proporcionar certa recuperação de renda para o setor", disse Bertone, que encabeça a comissão do governo encarregada de examinar a medida, a partir de Brasília. "A deterioração da renda acontece há muitos anos." O preço que o governo brasileiro está disposto a pagar é cerca de 17% a mais que o praticado pelo mercado referencial brasileiro do sul de Minas, a maior região produtora de café.

 

Os cafeicultores instaram o governo brasileiro a comprar café em leilões este ano, a fim de aumentar os preços, após a alta dos fertilizantes. A desvalorização de 30% sofrida pelo real no câmbio com o dólar nos últimos sete meses não aumentou suficientemente o valor da receita em moeda local a ponto de recompor os lucros, segundo Bertone.

 

Funcafé. O Brasil não compra café para reforçar os estoques do governo desde pelo menos agosto de 1999, quando criou o Funcafé, órgão que financia os produtores e controla o nível dos estoques, segundo Lucas Tadeu, diretor da agência. Os estoques do governo desde então caíram para cerca de 500 mil sacas, a partir dos 8 milhões de sacas de uma década atrás, disse Bertone.

 

Os lucros dos produtores diminuíram depois que o real subiu por cinco anos consecutivos, enquanto os custos dos fertilizantes dobrou em 2008, disse Bertone. Os contratos futuros de café despencaram 21% em Nova York nos últimos sete meses, em parte devido à expectativa de que a queda do real nesse período tenha restabelecido os lucros dos agricultores.

 

A safra brasileira de café deverá cair até 20% este ano, para 36,9 milhões de sacas, a partir dos 46 milhões do ano passado, informou o Ministério da Agricultura no dia 8 de janeiro. As exportações de café vão recuar 3,8%, para 25,1 milhões de sacas este ano, em relação ao ano passado, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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