A Cosan deverá moer 56 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2009/10, o que representará 10% do processamento no País e a conquista da liderança global no setor sucroalcooleiro. O volume, que é superior ao registrado na última safra em 10 milhões de toneladas, considera a produção das unidades da empresa Nova América, que foi incorporada à Cosan na última quinta-feira.
O grupo fechou acordo de entendimento no qual a Rezende Barbosa, holding da Nova América, que detém a marca de açúcar União, líder no país, irá tornar-se uma das principais acionistas da Cosan, com participação de 11%. A Cosan usou dinheiro na incorporação, mas assumiu passivo de R$ 1,145 bilhão da Nova América, dona da marca de açúcar União.
A Cosan informou estar em fase final de repactuação com os principais bancos credores da Nova América, para estender prazo do atual endividamento para cinco anos, através de linhas de pré-pagamento de exportação, em troca da substituição das garantias prestadas pela Rezende Barbosa. Segundo o memorando de entendimentos, esta substituição de garantias é condição necessária para a conclusão da incorporação.
Os ativos da Nova América incluem, além de quatro unidades produtoras de açúcar e álcool e da marca União, duas refinarias de açúcar, quatro empacotadoras de açúcar, e 51% do Teaçu Armazéns Gerais. O acordo também envolve participação de 8% no Terminal Exportador de Álcool de Santos.
Em 2008/09, a Cosan fechou a safra com moagem de 44,2 milhões de toneladas de cana, produção de 1,71 bilhão de litros de etanol e 3,26 milhões de toneladas de açúcar. Com uma moagem de 56 milhões de toneladas, a Cosan consolidaria a sua liderança global no setor sucroalcooleiro, com 10% do processamento de cana no Brasil.
"Olhando de forma isolada, como um país, acho que a gente acabou ultrapassando o sexto (país em moagem). Talvez estejamos alocados em quinto lugar, ultrapassando a Austrália", declarou o diretor de Relações com Investidores da Cosan, Paulo Diniz, em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados do terceiro trimestre. Ele não disse, porém, quanto a Cosan poderia produzir a mais de açúcar e álcool em 2009/10.
Greenfield. Em 2008/09, a moagem da Cosan representou 8,8% da moagem nacional, segundo o diretor. A previsão de moagem para 2009/10 inclui também o início das operações da unidade greenfield da Cosan em Jataí, no Estado de Goiás.
"Os 60 milhões (de moagem) seriam atingidos quando o greenfield em Goiás estiver a pleno vapor, e este ano será iniciado, mas não de forma total", acrescentou Diniz, ponderando que o ganho na moagem seria mesmo da incorporação dos 10,6 milhões de toneladas de capacidade da Nova América, uma das maiores e mais tradicionais do setor no Brasil, que vinha sendo cobiçada por vários grupos.
"A Nova América, com quatro unidades que produzem açúcar e álcool, apresenta boa complementariedade geográfica às operações da Cosan, fazendo com que a associação propicie importantes sinergias operacionais, até pela formação de mais um cluster no sudoeste paulista", afirmou o diretor.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ