Terceirizadas do e-commerce vivem ascensão

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A rápida evolução do comércio eletrônico brasileiro abriu espaço para novas empresas que dão apoio às grandes varejistas on-line em áreas como meios de pagamento, logística, atendimento e marketing digital, entre outras.

Ao contratar soluções específicas para cada área do negócio, as grandes empresas do setor, que hoje estão mais profissionalizadas, concentram o foco em comprar e vender bem, diz o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP, Pedro Guasti. No movimento, até empresas estrangeiras nascidas como startups já atuam no País e ganham corpo por aqui.

Hoje é possível encontrar empresas especializadas em marketing digital, monitoramento de preços, criação de plataformas para e-commerce, segurança, meios de pagamento, logística e aplicativos atuando em parceria ou recém-incorporadas por grandes empresas de marketplace, compondo uma proposta única de solução conhecida como full commerce, diz Guasti. Segundo o especialista, toda essa inovação poderia ser realizada internamente (e foi assim no começo), porém, com prazo e custo muitas vezes maiores.

A demanda dessas lojas aumentou muito nos últimos cinco anos, aponta. "O avanço está intimamente relacionado ao crescimento do acesso à internet - só no ano passado, o Ibope registrou mais de 103,4 milhões de pessoas com acesso domiciliar - e foi de olho nesse cenário que empresários brasileiros e estrangeiros enxergaram um solo fértil."

Um exemplo disso é a norte-americana SafetyPay, que desembarcou no Brasil em 2013 com a ideia de oferecer às "e-lojas" pagamentos à vista em tempo real, interligados a sistemas de internet banking e a casas lotéricas. A SafetyPay faz o trabalho de monitoramento nos sistemas bancários e lotéricas e, assim, consegue avisar à loja, em tempo real, que o pagamento foi efetivado.

O diretor-geral da empresa no Brasil, Luiz Sacco, diz que, no País, cerca de 55 milhões de adultos não têm conta em banco. Além disso, em tempos de crise, quanto mais opções de pagamentos as lojas oferecerem ao consumidor, melhor, argumenta. Entre os clientes da empresa estão nomes como Decolar, CompraCerta, Groupon, RiHappy e Netfarma.

Multicanais de atendimento

Outra estrangeira que chegou no mesmo ano por ver no comércio eletrônico brasileiro um grande potencial foi a Zendesk, criada em 2007 por dois dinamarqueses e atualmente sediada nos Estados Unidos. A empresa oferece uma plataforma capaz de unificar todos os multicanais de atendimento ao consumidor que os varejistas utilizarem, como redes sociais e SAC. O sistema permite que as empresas tenham controle total sobre as solicitações, reclamações dos clientes e interações em redes sociais.

O diretor de soluções e sucesso do cliente da Zendesk para América Latina, Clayton da Silva, conta que hoje a empresa tem cerca de 2 mil clientes no Brasil. Para ele, o crescimento rápido decorreu da proposta da Zendesk de oferecer aos contratantes a possibilidade de personalizar os atendimentos. "O cliente final não vai acreditar naquilo que está comprando se for tratado como um número. A empresa precisa ser original, dialogar com seu o público - e, para isso, precisa de canais eficientes que permitam essa possibilidade. É isso que oferecemos."

Cloud marketing

A Pmweb é uma empresa brasileira, mas teve 20% do seu capital adquirido em 2011 pela norte-americana Oracle Responsys Marketing Suite, líder em gestão de campanhas de marketing. No mercado desde 1995, a empresa começou fazendo sites para terceiros. Hoje é especializada em soluções de cloud marketing - ferramentas, plataformas e tecnologias disponibilizadas em servidores remotos e que ajudam melhorar a taxa de pessoas atingidas pelas campanhas, tanto por e-mail quanto por SMS. Atualmente, são clientes lojas como Renner, RiHappy, Magazine Luiza, Camicado e Polishop.

O responsável pela unidade de marketing cloud da Pmweb, Guilherme Bohnen, projeta para este ano crescimento de 20% sobre o faturamento de 2015, mesmo considerando o cenário de crise.

Ele diz que, desde a fundação, não houve um ano em que a empresa tenha deixado de crescer ao menos 5%.

A brasileira Infracommerce foi fundada em 2012 para atender várias áreas como criação de plataforma de e-commerce, logística e atendimento ao cliente, meios de pagamento, produção de conteúdo e marketing digital. A empresa tem uma equipe que lida direto com o cliente final, cuidando de estornos, trocas, vendas e ligações ativas.

O diretor comercial da empresa, Emmnuel Guinet, conta que o modelo de negócio da Infracommerce foi baseado em estrangeiras que já ofereciam este modelo de full service em países onde o comércio eletrônico estava mais consolidado. Os fundadores viram no Brasil a possibilidade de crescer oferecendo algo que até então não era conhecido e poderia suprir deficiências no setor.

 



Veículo: Jornal DCI


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