Embora ainda permaneça em um patamar muito deprimido, o Índice de Confiança do Empresariado Industrial (Icei) medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a apresentar ligeira melhora em março, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 16, pela entidade. Em uma escala na qual valores abaixo dos 50 pontos significam pessimismo do setor, o indicador melhorou 0,3 ponto em relação a fevereiro, subindo para 37,4 pontos, mas ainda está muito abaixo da média histórica do índice, de 54,6 pontos.
Apesar da confiança dos executivos vir melhorando desde outubro do ano passado, a evolução no período foi de apenas 2,4 pontos. De acordo com a CNI, a ligeira alta em março foi a terceira consecutiva dentro da margem de erro da pesquisa, sendo que, no acumulado do primeiro trimestre de 2016, o ICEI melhorou apenas 1,4 ponto.
"A recuperação é positiva, mas o índice ainda está muito baixo. Por exemplo, mantido esse ritmo, o ICEI levaria 26 meses para superar os 50 pontos, ou seja, mais de dois anos para o empresário voltar a mostrar confiança", destaca o documento.
A ligeira redução do pessimismo também não é disseminada em todo o setor. Enquanto pequenas e médias empresas apresentam uma trajetória mais consistente de recuperação da confiança, as tendência de melhora do indicador para as grandes companhias foi interrompida em março. De acordo com a CNI, era justamente o grupo de maiores indústrias que liderava a melhora do Icei nos últimos meses.
"Empresários pessimistas com o desempenho atual e futuro das empresas e da economia reduzem produção ou suspendem os investimentos. Sem investimentos, a produção e o emprego não crescem, agravando as dificuldades da economia", reforça a CNI.
Entre as variáveis que compõem o indicador, a avaliação dos empresários com relação à atual situação da economia brasileira continua sendo o pior resultado da pesquisa, se mantendo estável em apenas 21 pontos. Já a avaliação sobre a situação atual das próprias empresas melhorou de 33 pontos em fevereiro para 33,5 pontos em março, mas também ainda está muito distante da linha divisória dos 50 pontos, onde começaria o otimismo dos executivos.
No campo das expectativas, a avaliação dos entrevistados sobre o andamento da economia nacional nos próximos seis meses melhorou de 31,5 pontos 31,8 pontos no mês. Já as perspectivas para as firmas no seis meses adiante melhoraram de 46,2 pontos para 46,6 pontos em março. A CNI ouviu 2.984 empresas nos dez primeiros dias deste mês.
Veículo: Jornal Estado de Minas - MG