Em nota divulgada ontem, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, divulgou uma nota pedindo o restabelecimento da governabilidade. Em nome das federações da indústria, o presidente da CNI disse que as entidades estão extremamente preocupadas com o agravamento da crise política e econômica que o Brasil atravessa e pede “grandeza, serenidade e espírito público” dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.
“A indústria nacional não pode aceitar que disputas e desavenças políticas se sobreponham aos interesses maiores da nação”, diz um trecho do “Comunicado à Nação”, da CNI.
“O setor empresarial espera que as instituições brasileiras, principalmente o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), com o apoio e a participação da sociedade, consigam encontrar, com urgência, soluções para tirar o país da crise política e econômica. Neste momento turbulento da vida nacional, a indústria brasileira exige grandeza, serenidade e espírito público dos homens e das mulheres que ocupam os Três Poderes da República, para que o Brasil possa superar o cenário adverso, voltar a crescer e ter confiança no futuro”, afirma o texto.
Incertezas - De acordo com Andrade, os empresários, assim como todos os brasileiros, estão perplexos diante da grave deterioração do cenário político, que submete o país a uma situação sem precedentes em sua história recente. O caos em que mergulhou a política nacional, enfatizou, gera um quadro de profundas incertezas, que piora as perspectivas da economia, já abalada pela mais séria recessão dos últimos 25 anos.
“O País vem sendo duramente prejudicado pela paralisia decisória que o afastou do caminho do crescimento, provocando o aumento do desemprego, a elevação da inflação e o fechamento de empresas. Os efeitos da atual crise ética, política e econômica têm sido catastróficos para empresas e trabalhadores. Ninguém aguenta mais assistir ao espetáculo deprimente em que se transformou a política brasileira. Já passou a hora de, com respeito aos ditames da lei e da Constituição, darmos um basta a esse impasse para que o país possa retomar o rumo”, acrescenta o comunicado.
Para Andrade, é imprescindível restabelecer a governabilidade. Acrescentou que também considera fundamental restaurar a moralidade no trato dos assuntos públicos, adotar melhores práticas administrativas e implantar medidas favoráveis à estabilidade social, ao emprego e ao desenvolvimento.
Construção civil - Os empresários da construção civil também criticam a paralisia da economia, consequência da combinação da crise “ética” e turbulência na política. Em nota, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), informou que a entidade acompanha com preocupação a situação pela qual passa o País e texto cobra coragem e responsabilidade das instituições e de setores organizadores para restabelecer a normalidade.
“O Brasil demonstra maturidade institucional e temos convicção de que a solução da atual crise será dada dentro da lei e da ordem. O que não podemos é continuar parados, quando milhares de famílias ficam sem sustento todos os dias”, diz o presidente da Cbic, José Carlos Martins.
“Que os interesses maiores do Brasil, e de sua população, sejam colocados em primeiro lugar. Nós, da construção, em consonância com o conjunto da sociedade brasileira, clamamos por uma rápida solução institucional, em que as pessoas possam continuar trabalhando e produzindo para construir o país que desejamos, com ética e oportunidade para todos”.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG