O cenário da cafeicultura brasileira, especialmente, para os produtores do sul e cerrado mineiros e do norte do estado de São Paulo, se destaca em relação aos demais setores da economia brasileira.
Essa perspectiva positiva pode ser comprovada durante a 15ª edição da FEMAGRI (Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas) promovida pela Cooxupé, que nos dois primeiros dias de realização (o evento vai até sexta-feira, 18) registrou a presença de 23 mil visitantes/compradores, 10% a mais que no ano anterior. O volume de negócios também foi expressivo nos dois dias de evento: 35% a mais que no mesmo período no ano anterior.
Durante uma coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira (17), o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, mostrou bastante otimismo. "Ao longo dos anos, a FEMAGRI tem sido um termômetro para a nossa colheita. Estamos passando por um bom momento na cafeicultura brasileira e isso tem refletido tanto no produtor quanto na produção. Além da valorização do grão, a imagem do café mudou e as pessoas têm reconhecido suas propriedades e benefícios para saúde. Nosso objetivo é incentivar o cooperado a produzir um café de qualidade superior, porque o mercado está se abrindo para as várias possibilidades, em diversos segmentos, inclusive na cosmética. Isso anima o produtor a investir, pois ele vê seu café ganhando relevância e atravessando fronteiras", afirma.
Outro ponto ressaltado pela diretoria durante a coletiva foi a importância do agronegócio brasileiro e, consequentemente do café, para a economia do país. Segundo levantamento da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) o café deverá ter um crescimento da safra entre 13% e 20% em relação ao ano passado. Em virtude dos baixos estoques, o grão também mantém uma tendência de alta na Bolsa de Nova York, onde a valorização acumulada atingiu o patamar de 4% em uma única semana.
"O Brasil precisa ser reconhecido pelo agronegócio, uma economia que envolve família, qualidade de vida e bem-estar de inúmeras pessoas. A feira mostra que nosso segmento, que fica no interior do país e trabalha por qualidade e mercado, é um exemplo de sucesso. Se a Cooxupé fosse um país, seria o quinto do mundo em estoque do grão", reflete Carlo Augusto, vice-presidente da cooperativa.
Comercialização a todo vapor
As comercializações são reflexos do intenso movimento nos 136 estandes dos 112 expositores presentes no evento. O balanço parcial, referente ao primeiro dia da feira de uma empresa de vendas de derriçadeiras, apontou o volume de negócios de pelo menos R$ 1,5 milhão. O saldo também foi positivo no segmento de implementos, onde os principais fornecedores registraram um crescimento de até 40% nas negociações. Na área de máquinas, uma empresa italiana de tratores negociou 15 unidades, com o preço médio de R$ 120 mil.
Um diferencial da FEMAGRI é a concentração das negociações por meio da operação "Barter", em que o pagamento dos insumos, equipamentos e maquinário são realizados por meio da entrega do grão na pós-colheita. Atualmente, aproximadamente 75% do volume de negócios ocorrem por meio desse tipo de operação. "Isso estimula o produtor a investir, já que o dinheiro que ele mais conhece é o café", afirma Carlos Paulino.
Feira no Cerrado
A coletiva de imprensa também revelou que a Cooxupé irá promover um evento de máquinas e insumos agrícolas no Cerrado Mineiro, na cidade de Coromandel. De acordo com o Superintendente de Desenvolvimento do Cooperado, José Eduardo Santos Júnior, o evento será realizado entre os dias 6 e 7 de abril e pretende levar ao cooperado da região, soluções exclusivas para as lavouras, que possuem perfil de produção diferente do Sul de Minas.
Veículo: Site Notícias Agrícolas