Cesta básica sobe 0,98% em Porto Alegre

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Instabilidade climática e alta nos custos de produção encareceram o preço da cesta básica em 16 de 27 capitais brasileiras durante o mês de março. Segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada mensalmente pelo Dieese, a maior parte dos 13 produtos que integram o conjunto de alimentos essenciais está mais cara em quase todo o País. Em Porto Alegre, o valor da cesta básica sofreu uma variação de 0,98%, passando de R$ 416,82, em fevereiro, para R$ 420,90 em março.

Nos supermercados gaúchos, 11 produtos tiveram alta no mês passado, sendo que as variações mais significativas ocorreram em manteiga (7,97%), banana (7,47%), batata (6,94%), leite (5,53%), óleo (4%) e feijão (3,93%). "A produção agrícola tem enfrentado dificuldades de uma forma geral, por conta da seca no Norte e parte do Nordeste do País, mas também pelo excesso de chuvas, com inundações, temporais, geadas e granizo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste", observa a técnica do Dieese, Daniela Sandi. Ela destaca ainda que a oferta está menor em função da queda na produção e na qualidade dos produtos. "Consequentemente, os preços dispararam em nível de consumidor."

Outro fator que contribuiu para a elevação de preços da cesta básica foi o aumento dos custos de produção, como mão de obra, energia elétrica, combustível e insumos em geral. "A variação altista é reflexo do processo inflacionário em curso", afirma Daniela. "Nesse cenário, associado ao aumento do desemprego, o trabalhador de menor renda é o mais impactado não só pelo peso proporcionalmente maior da alimentação no orçamento, mas porque depende unicamente do salário", ressalta a técnica do Dieese.

Porto Alegre ficou em quinto lugar no ranking de cidades com a cesta básica mais cara, sendo superada por Brasília, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro. "Em março, o valor da cesta básica na capital gaúcha pesou para a população de baixa renda, uma vez que representou 51,99% do salário-mínimo líquido (contra 51,48% em fevereiro)", compara Daniela. No mês passado, o salário-mínimo necessário para atender às necessidades básicas de uma família formada por um casal e dois filhos foi de R$ 3.725,01 - o que representa 4,23 vezes mais o mínimo vigente, que está em R$ 880,00.

Entre os produtos de maior peso na cesta básica, a carne sofreu uma elevação menor no preço, com alta de 2,52%. De acordo com a técnica do Dieese, a baixa oferta ocorreu não somente porque o número de animais para abate diminuiu (com fechamento de plantas de frigoríficos no Centro-Sul do País), mas também pelo aumento das exportações, em vista do câmbio valorizado.

"O aumento nos preços do leite e da manteiga também é reflexo da questão bovina - segmento que, por exigir altos custos, também tem recebido poucos novos investimentos -, além do fato de que a produção de março ocorreu em período de entressafra, o que ocasiona pressão no valor destes dois itens." Taxado como vilão na maioria das vezes em que ocorre alta no preço da cesta básica, neste mês, o tomate contribuiu para que a elevação não fosse ainda maior na capital gaúcha. O custo do produto para o consumidor caiu -18,97%. Também o açúcar ficou mais barato em março, com preço reduzido em -1,40%.

No ano, a cesta ficou 0,82% mais barata. A queda foi puxada pelos produtos in natura: tomate (-38,16%) e batata (-3,26%). Dos 11 produtos que tiveram alta, o leite (22,51%), o óleo (19,14%), o feijão (18,48%) e o açúcar (17,01%) foram os que registraram as maiores variações. Em curto e médio prazo, a tendência é de os preços se mantenham elevados, opina a técnica do Dieese. No País, as maiores altas no valor da cesta básica aconteceram em Vitória (4,19%), Palmas (3,41%) e Salvador (3,22%), enquanto as retrações mais significativas ocorreram em Manaus (-12,87%) e Boa Vista (-7,5%).

 



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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