Lojas Colombo entra na disputa com grandes redes pela classe alta

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Seguindo a tendência das varejistas enfocadas no atendimento da classe "C", que lançam operações voltadas para atender consumidores de poder aquisitivo maior, a gaúcha Lojas Colombo, que está entre as cinco maiores redes de "eletromóveis" do mercado, será a próxima a aportar na capital paulista com uma loja premium para disputar espaço com concorrentes como Casas Bahia, Ponto Frio, Magazine Luiza, Extra e Carrefour.

 

A estratégia de Adelino Raymundo Colombo, fundador da rede de 370 lojas que faturou R$ 1,3 bilhão em 2008 e estima crescer ao menos 10% este ano, é ganhar os paulistanos com um formato de loja diferenciada, a Colombo Premium, que será instalada em um shopping center nos próximos meses. O investimento aproximado na primeira unidade na cidade de São Paulo será de R$ 1,5 milhão. Outro fator de impulso para a expansão é o desempenho nas vendas da rede, que acumula até agora alta de 10% ante 2008.

 

Atualmente, a cadeia possui oito unidades com este formato distribuídas entre Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Londrina (PR), Florianópolis (SC) e São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP), sendo que até o final do ano serão incluídas outras três. As atividades da Colombo ganharam força no ano passado quando a companhia adquiriu a Lojas Bernasconi, composta por 60 unidades. São estas operações no interior paulista que deverão dar suporte para a chegada a São Paulo.

 

"Este modelo de loja foi desenvolvido com base no comportamento do consumidor que frequenta shopping centers e precisa de mais informação sobre os produtos. Aliados a um atendimento diferenciado estão itens como design, tecnologia, experiência de compra e inovação que compõem uma filial premium", explica Thiago Proença Baisch, diretor de Marketing da Lojas Colombo. Na avaliação do executivo, a rede tem alcançado bons resultados ao brigar com as concorrentes com três formatos de loja, com o modelo tradicional, voltado para a classe "C" e a Colombo Tech, voltada para alta tecnologia, localizada na Universidade de Caxias do Sul (RS). Nesses casos, a disputa é centrada nas redes Fast Shop e Fnac.

 

A varejista ainda avalia a replicação do formato Tech para outras universidades. Esta loja não comercializa móveis ou linha branca.

 

Líder

 

Entre as muitas de suas viagens à capital soteropolitana realizadas nos últimos meses, o diretor executivo da Casas Bahia, Michael Klein, decidiu também que sua primeira loja em Salvador (BA) teria um formato diferenciado das outras cinco centenas. Instalada no Shopping Paralela, a loja-conceito da maior rede de eletrônicos, eletrodomésticos e móveis do País terá cerca de 1 mil metros quadrados e também será direcionada para novas tecnologias e lançamentos de produtos. "O objetivo das lojas-conceito é oferecer um espaço contemporâneo e proporcionar uma experiência de compra emocional para os clientes de shopping, focando experimentações", diz Klein. A próxima inauguração será no Shopping Lar Center, centro de compras especializado em decoração e design, em São Paulo.

 

Para George Homer, sócio da consultoria norte-americana GH & Associados, especializada em design para o varejo e responsável pelo novo projeto da Casas Bahia, o ponto-de-venda é a expressão máxima da marca, por isso, mesmo em tempos de crise é importante atualizar seu conceito. "O varejo passa por um momento de recriar suas lojas para manter o consumo mais ativo. Ao se deparar com um novo modelo de estabelecimento, o consumidor é estimulado a comprar", afirma.

 

O especialista brasileiro, que reside há quase 20 anos em Nova York, conta que, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, as varejistas continuam a investir fortemente na abertura de lojas modernas. Ele aponta de que por aqui a demanda continua forte em relação a modelos inovadores e a reformulação de filiais, o que também aumenta a produtividade.

 

Especialistas creem que um novo modelo pode ser até 30% mais rentável que um comum. O presidente da Marcap Engenharia, Marcelo Lotito, aponta a que investir em lojas-conceito é uma realidade do varejo mundial que cada vez está mais forte aqui. "As marcas querem transmitir a experiência de compra e afinar a comunicação com o cliente final." A empresa foi responsável por projetos do Ponto Frio e das lojas-conceito da Samsung e Panasonic.

 

Veículo: DCI


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