Indústria gaúcha vai à mídia contra a crise global

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Próximo de completar 80 anos, o empresário Raul Anselmo Randon, fundador do grupo que leva seu nome, de Caxias do Sul (RS), aceitou emprestar a sua imagem para uma campanha criada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Metal-mecânica e de Material Elétrica de Caxias do Sul (SIMECS) e veiculada na mídia da região, tendo como slogan "Acredite no Trabalho". O objetivo da entidade é recrutar nomes de peso para dar depoimentos de superação em situações de dificuldade - é uma espécie de antídoto para enfrentar o atual momento.

 

Além de Randon e do presidente da Tramontina, Clóvis Tramontina, mais dois nomes estão confirmados, mas os nomes são mantidos em sigilo. A campanha criada agência BAG Propaganda, de Caxias do Sul, prossegue até maio. Ela faz referência a um dos dois valores mais cultuados na região desde a chegada dos imigrantes do norte da Itália, em 1875 - o trabalho. O outro é o sucesso.

 

Para se ter idéia, 16 anos após a chegada dos imigrantes, o povoado contava com dez serrarias hidráulicas e três a vapor, dois moinhos a vapor e 50 hidráulicos, sete curtumes, sete fábricas de cerveja e três de licores, uma de gasosa, três de chapéus, uma de obras de vime, uma de inseticida, duas de sabão, 14 ferrarias, cinco funilarias, oito mercearias, 25 sapatarias, 12 alfaiatarias, duas selarias, 26 alambiques e três teares.

 

Randon escolheu falar do episódio que marcou o começo de sua trajetória: no dia 26 de maio de 1951, consagrado a Nossa Senhora do Caravaggio (padroeira de Caxias do Sul) a pequena oficina que montava máquina tipográfica na Rua Feijó Júnior pegou fogo. Pouca coisa sobrou. "Nos momentos de dificuldade, é preciso manter o foco e saber que sozinho não se consegue fazer nada", diz o texto do empresário. "Por isso, é preciso buscar as pessoas certas e acreditar nelas. O segredo é o trabalho em equipe, individualmente não se consegue nada. Aqui na empresa, somos uma família, onde todos têm que trabalhar alegres, com esperança", conta Randon.

 

Clóvis Tramontina recorda de 1911, quando seu avô Valentin Tramontina, iniciava uma pequena ferraria na cidade de Carlos Barbosa. "Foi um tempo em que tudo era muito difícil, sem luz elétrica, água encanada. O trabalho era muito duro e sempre exigiu o máximo das pessoas. Após todos esses anos, com muito trabalho e dedicação, a Tramontina se transformou em uma empresa do mundo. 98 anos de trabalho, resultaram em uma presença forte no Brasil e no exterior", relata Clóvis. "Aprendemos que só com trabalho e responsabilidade a gente transforma momentos difíceis em oportunidades", acrescenta.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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