Criada em 1983, a CTIS fundou uma rede varejista de produtos de informática na região Centro-Oeste do país, sob os mesmos moldes das grandes companhias americanas do setor, a exemplo da Best Buy. Agora, o grupo - que se originou na área de serviços e consultoria em tecnologia da informação (TI) - está prestes a dar seu maior passo no segmento de varejo: estabelecer-se no eixo São Paulo-Rio.
O plano é abrir dez megalojas até o fim de 2010, com investimento de R$ 110 milhões, o equivalente a R$ 11 milhões por unidade. "Nosso conceito de loja é diferente. Não vendemos CDs ou artigos de papelaria. O foco é informática", afirma Avaldir da Silva Oliveira, presidente da CTIS.
As lojas vão seguir o formato das seis já existentes em Brasília e Goiânia: são grandes espaços, com pé-direito alto e uma disposição clara dos produtos nas gôndolas. Hoje, cada unidade tem cerca de 2 mil metros quadrados.
A estética das lojas é muito importante, diz Oliveira. "Trata-se de uma questão estratégica: o cliente entra na loja e já visualiza todas as seções, sem andares ou níveis."
A ideia de montar megalojas em um momento de crise pode parecer arriscada, ainda mais considerando o destino de similares americanas como a Circuit City, que recentemente decretou falência e fechou suas lojas. Oliveira afirma, no entanto, que os estudos feitos pela CTIS mostram que há espaço para expandir a rede. "Começaremos pelos considerados 'polos ricos' para reforçar a marca", diz o empresário. As primeiras lojas serão instaladas em Ribeirão Preto (SP), em maio, e em Campinas (SP), em setembro.
Um ponto importante é a localização das lojas. O terreno, explica Oliveira, é escolhido a dedo e deve ficar próximo a um shopping, um hipermercado ou um centro de compras da região. No Rio de Janeiro, a primeira unidade, prevista para setembro, vai ficar no Norte Shopping, considerado um dos maiores centros comerciais da cidade. A segunda loja será em frente ao Barra Shopping.
A última loja de 2009 será instalada na capital paulista, no shopping Vila Olímpia, que está previsto para ficar pronto em novembro. No ano que vem, o plano é abrir mais três lojas no interior de São Paulo: em Sorocaba, Jundiaí e São José dos Campos. Por fim, será construída mais uma unidade em Brasília, fechando o plano de dez lojas.
O projeto será financiado com recursos que vieram do outro braço da CTIS - o de serviços de TI para grandes empresas. Trata-se da principal fonte de receita do grupo. No ano passado, os serviços representaram 70% da receita total da companhia, de R$ 457 milhões. A oferta da CTIS nessa área vai desde "help desk" até a informatização de laboratórios escolares. Os contratos mais recentes incluem as operadoras de telefonia Embratel e Oi, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a Petrobras e os bancos Itaú e Santander.
A ideia é usar essa experiência nos serviços empresariais para passar a oferecer serviços mais simples, dirigidos ao consumidor comum, nas lojas da rede. É algo novo mesmo nas unidades já existentes. "Esperamos que 20% do faturamento das lojas venha dos serviços já em 2010", afirma Oliveira.
No portfólio de varejo estará um sistema de videoconferência para uso pessoal. O serviço, em parceria com a Microsoft, será vendido por meio de contratos anuais entre R$ 300 e R$ 500. Outra oferta é a uma cópia de segurança on-line dos dados. Toda vez que o computador é acionado, um software rastreia as informações armazenadas na máquina e faz uma cópia dos dados, que ficam salvos no centro de dados da CTIS.
Veículo: Valor Econômico