Apesar disso, quadro continua negativo e o setor acumula retração de 13,2% no primeiro trimestre.
O pequeno crescimento, de 0,9% em março frente a fevereiro, não foi suficiente para reverter o quadro negativo da produção industrial mineira. Tanto que, no acumulado do trimestre, a retração do indicador foi de 13,2% e, em 12 meses, de 9,2%, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, a queda de março frente ao mesmo mês de 2015 foi de 9,4%. Nessa base de comparação, a maior retração foi apresentada pelo segmento de máquinas e equipamentos, que diminuiu 32,4%. O economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sérgio Guerra, explica que o desempenho negativo nesse setor tem ligação direta com a paralisia dos investimentos. Na medida em que o otimismo do empresariado fica baixo, o nível de aquisição de bens de capital tende a diminuir na mesma proporção que o pessimismo.
Outro setor com desempenho negativo foi o de veículos automotores. Forte na economia regional, o setor apresentou uma produção de veículos 20,8% menor em março do que a realizada no mesmo mês do exercício anterior. A situação desse segmento é tão grave que a Fiat Chrysler Automóveis (FCA), com sede em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) vem concedendo férias coletivas para equilibrar oferta e demanda ao longo de 2016. Entre o fim de janeiro e meados de fevereiro aconteceu a primeira parada na planta mineira do grupo. A segunda ocorreu a no final de abril.
Outros responsáveis pela queda da produção industrial mineira foram os setores de produtos têxteis (-20,2%), indústria extrativa (-18,8%) e produtos de metal (-17%). No caso da indústria extrativa, conforme lembra Guerra, o Estado sente fortemente o impacto da paralisação das atividades da Samarco, após o rompimento das barragens de rejeitos em Mariana.
Apenas quatro setores tiveram crescimento em março frente a idêntico mês de 2015 em Minas Gerais. São eles: produtos do fumo (33,7%), produtos alimentícios (5,8%), produtos químicos (2%), além de papel e celulose (0,9%).
A queda acumulada em 12 meses, de 9,2%, não difere muito do que foi apurado nos meses anteriores. Na mesma base de comparação, em janeiro a retração havia sido de 9,1% em fevereiro e de 9% em janeiro. ?Isso talvez mostre que a indústria esteja se aproximando do fundo do poço porque parou de piorar de forma muito acelerada?, afirma Guerra.
Expectativa - Os indicadores do primeiro trimestre mostram que a produção mineira segue o ritmo negativo esperado pelo mercado. As projeções atuais da Fiemg são de uma queda de 5,66% em 2016. A estabilização do quadro deverá vir em 2017, quando a indústria mineira deverá crescer 0,38%, de acordo com o Monitor Econômico, publicado pela instituição.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG