Os supermercadistas de médio porte seguem firmes na disputa com as grandes redes para ditar o ritmo de crescimento do setor, apesar de as líderes Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Wal-Mart continuarem a ocupar os lugares mais altos do pódio, respectivamente, com larga distância em relação aos demais. Isso porque, ao analisar o crescimento do setor em 2008, varejistas como Condor Super Center (PR), Sonda Supermercados (SP), Super Muffato (PR) e GBarbosa (SE) alcançaram taxas de quase 30%, enquanto as grandes tiveram média de 13,6%.
No embalo do crescimento real acumulado de 5,37% no bimestre, a paulista Sonda, cujo controle é dividido pelos irmãos Deocir e Idi Sonda, comemora o faturamento de R$ 300 milhões neste trimestre, o maior dos últimos 11 anos.
Depois de sentir o sabor do primeiro bilhão, com desempenho 24,6% superior a 2007, a ambição é dobrar este número até o final do ano. A rede subiu um lugar no ranking: está em 15º. "Atribuímos este resultado ao forte trabalho de profissionalização da gestão da empresa. Hoje temos diversos departamentos que não existiam, além do aperfeiçoamento de outros. Junto a isso, somamos o aumento na oferta de serviços, preço e variedade de produtos", destaca Roberto Moreno, diretor financeiro do grupo que também detém negócios nas áreas imobiliária e esportiva.
A justificativa para galgar um salto de 100% este ano é a maturação das sete lojas abertas no segundo semestre de 2008, somado ao plano de abrir até outras sete unidades. Moreno se reúne hoje com gerentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para negociar 70% de uma verba que pode estar avaliada em R$ 160 milhões.
Paraná
As supermercadistas paranaenses Condor e Muffato também se destacaram com taxas de crescimento de 29,4% e 24,5%, respectivamente, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O Condor, fundado pelo empresário Pedro Joanir Zonta, subiu duas posições na listagem e ocupa a 12ª colocação. Discreto, o presidente da companhia formada por 26 pontos-de-venda, entre supermercados e hipermercados, destaca que a economia aquecida e o baixo índice de desemprego em 2008 na região favoreceram as atividades. "Fazemos nosso trabalho independentemente da concorrência, mesmo operando com margens menores neste período de crise financeira, tanto que mantemos a meta de faturamento bruto 20% maior este ano, porém, com lucro líquido menor", detalha Zonta. Ele crê que a margem voltará ao normal no próximo semestre. Assim como as outras redes médias ouvidas pelo DCI, o presidente do Condor nega o interesse em vender o negócio para supermercadistas maiores, mas demonstra disposição para uma possível compra de um concorrente de menor porte. "Minha prioridade é continuar à frente da empresa e expandir organicamente". Aliás, os planos não sofrerão alterações, sendo previsto um aporte de R$ 80 milhões na construção de três lojas, sendo 60% deste valor captado com o BNDES.
Para Sussumu Honda, presidente da Abras, a disputa pelo consumidor será maior entre as redes, e as médias estão preparadas para brigar por espaço, principalmente as instaladas nas regiões interioranas. Prova disso é a mineira Bretas Supermercados, que ganhou duas posições e se encontra entre as cinco maiores.
Veículo: DCI