Alimentos fazem IPCA-15 cair para 0,19%, abaixo das expectativas

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Taxa é a menor para o mês desde 2009. Preço do leite recua 8,49%

Prévia da inflação oficial, o IPCA-15 caiu para 0,19% em outubro, após registrar 0,23% em setembro. A taxa é a menor para o mês desde 2009. Em outubro de 2015, os preços haviam subido 0,66%. No ano, o índice acumula alta de 6,11% e, nos últimos 12 meses, de 8,27%.O resultado de outubro veio abaixo do esperado por analistas. O Bradesco, por exemplo, estimava inflação de 0,21% para o mês, reforçando a expectativa de que a inflação continuaria caindo.
No Rio, a taxa em outubro ficou negativa em 0,01%, acumulando alta de 6,17% no ano e de 8,74% em 12 meses.

Três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE recuaram em outubro, com destaque para alimentação e bebidas, cujos preços em média caíram 0,25%, exercendo a principal, contribuindo com 30% para queda na taxa.
Alberto Ramos, analista do Goldman Sachs, destaca em relatório que os alimentos mais uma vez ajudaram a desacelerar a prévia da inflação e que a variação de preço dos serviços, embora resistente, começa a mostrar tendência de baixa, ajudando no resultado menor.

INCENTIVO À QUEDA DE JUROS
Outras áreas tiveram alta menor em outubro. Vestuário, por exemplo, avançou 0,36% este mês, ante alta de 0,49% na prévia de setembro; saúde e cuidados pessoais passaram de 0,53% para 0,28%; despesas pessoais foram de 0,60% para -0,12%; e educação passou de 0,25% para 0,06%.
E este cenário de inflação mais baixa deve contribuir para um novo corte de juros pelo Banco Central, segundo Ramos, do Goldman Sachs: “Isso, juntamente com a recente apreciação do real, a melhora gradual das expectativas de inflação para o fim de 2017, e sinais de que a economia continua contraindo, devem dar ao Banco Central o conforto necessário para continuar a afrouxar a política monetária”.

O resultado do IPCA-15 fez a Gradual Investimentos rever para baixo a previsão para a inflação oficial de 2016 para abaixo de 7%. A corretora espera IPCA de 6,89% este ano, considerando que “o IPCA para 2016 deve desacelerar mais do que o inicialmente esperado pelo mercado”. Para 2017, foi mantida projeção de 5%, com perspectiva de queda.
“Com o dado de outubro incorporado em nossas estimativas e assumindo que os valores mensais para o índice têm tomado uma trajetória abaixo da média mensal de 2008 até 2015, em dezembro de 2016 a inflação pelo IPCA acumulada em 12 meses deve encerrar o ano em 6,89%", afirma em nota André Perfeito, economistachefe da Gradual, que prevê um corte de ao menos 0,5 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

TRANSPORTE SOBE

Por outro lado, habitação teve alta maior, passando de avanço de 0,48% para inflação de 0,60%; transportes acelerou com força de -0,10% para 0,67%; enquanto comunicação foi de -0,01% para 0,28%.
Na média nacional, os alimentos para consumo em casa recuaram 0,57%, mas a queda foi ainda mais expressiva em algumas regiões, como Curitiba (-1,72%), Distrito Federal (-1,57%) e Porto Alegre (-1,53%).

Entre os alimentos com mais impacto no orçamento familiar, o leite longa vida ficou 8,49% mais barato. Batata-inglesa (-13,03%), hortaliças (-6,18%) e feijão-carioca (-6,17%) também ficaram com preço menor.

Na contramão, as carnes encareceram 2,45% e foram o item que mais puxou para cima o IPCA-15 de outubro: 0,07 ponto percentual.
Entre os produtos e serviços analisados, os destaques de alta ficaram com botijão de gás (3,55%) e passagens aéreas (10,36%). Também subiu o preço do etanol, que acabou elevando o preço da gasolina — que inclui na sua composição 27% de etanol anidro — em 0,80%.

Fonte: Jornal O Globo 


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