Compras em grupo e substituição de marcas mais caras por itens mais baratos têm sido comum
Ano novo chegando e, com ele, as inevitáveis compras de material escolar. Entre livros, cadernos, mochilas e lápis, pais e, principalmente, mães se acotovelam na busca de colocar todos os itens com a máxima qualidade dentro do orçamento apertado pela crise econômica. De outro lado, livrarias e papelarias se esforçam para não perder clientes. Seja lançando promoções, negociando descontos para quem vai fazer compra em grupo, apertando a margem de lucro ou selecionando com especial critério os produtos que compõem o mix, proprietários e gerentes não se mostram otimistas como em outros anos, mas preveem uma temporada equilibrada com a de 2016.
Antecipação e pechincha são as palavras de ordem na Livraria Popular BH, segundo o gerente, Tiago Lopes. Localizada no hipercentro, a Popular BH é especializada na venda de livros. “As pessoas estão antecipando as compras em busca de melhores preços. Isso já fez com que esse dezembro fosse melhor que o de 2015. Também cresceram a procura por livros usados e as compras em grupos. Já atendi vários com mais de 20 mães e elas estão conseguindo bons descontos. Nossa expectativa é de que o resultado dessa temporada seja um pouco melhor que a de 2016, mas ainda não conseguimos estipular o quanto”, explica Lopes.
Na outra ponta está uma das gigantes do mercado mineiro: a rede Livraria Leitura. São 66 unidades espalhadas por 19 estados. De acordo com o sócio-diretor da Leitura, Marcus Teles Cardoso de Carvalho, as antecipações aconteceram, mas não tiveram um grande impacto sobre os resultados de dezembro. A principal estratégia de grupo é ter um mix que contemple as diferentes faixas de preço mantendo a qualidade dos produtos oferecidos. A expectativa é de um crescimento entre 5% e 7% no volume de vendas e também no faturamento com relação ao mesmo período de 2016.
“Temos uma variedade muito grande de cada item. Apenas de cadernos são mais de 300 modelos. Assim conseguimos atender todos os gostos e bolsos. Investimos muito no poder de escolha do cliente e nos tornamos um player altamente competitivo. O consumidor tem a vantagem de achar todos os itens da lista na mesma loja. A temporada de vendas fica mais forte na segunda quinzena de janeiro. Nessa época, lançaremos nossa própria marca de coleção, com quase 50 itens”, destaca Carvalho.
Para o empresário, muitos pais estão fazendo substituição de marcas e buscando pelo parcelamento para as compras de material. Mas outros seguem se esforçando para atender todos os desejos dos pequenos como forma de incentivo aos estudos. Nesse difícil equilíbrio, produtos nacionais e importados compõem o mix. Na parte de papelaria, os nacionais costumam ser mais competitivos economicamente. Já as mochilas são predominantemente importadas. Nos itens de plásticos a China lidera, mas não é a única produtora.
“O Brasil é um grande produtor de papel e mais de 90% dos itens da lista escolar são nacionais. Acredito que 2017 seja um ano de estabilização. É certo que já temos alguns indícios de melhora da economia, mas para poder dizer que voltamos a crescer ainda vai demorar um pouco. De toda forma, a Leitura continua investindo e ajustando a operação. Trocamos algumas unidades que não performavam tão bem por outras novas e avaliamos com bastante critério a nossa expansão”, afirma o sócio-diretor da rede Livrarias Leitura.
Fonte: Diário do Comércio de Minas