Na presidência do Grupo Pão de Açúcar desde o final de 2007, Claudio Galeazzi deve ganhar hoje mais um ano no cargo. "Vamos esticar o mandato do Galeazzi por mais um ano. É por isso que não estamos pensando em sucessão agora", disse, ontem em São Paulo, Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do grupo.
A decisão, segundo Diniz, "não tem nada a ver com a crise". "É mais por conta daquele princípio de que não se mexe em time que está ganhando", afirmou o empresário. Quando Galeazzi assumiu o cargo, há pouco mais de um ano, a companhia divulgou, por meio de nota oficial, que entre as atribuições do novo presidente estava a missão de desenvolver um sucessor, proveniente do quadro de executivos da empresa. Quanto aos possíveis candidatos à sucessão de Galeazzi, Diniz afirmou que não há prediletos. "Quando chegar a hora de escolher um novo presidente, todos os 49 diretores serão candidatos", afirmou ele, refutando as especulações de que Hugo Bethlem, atual diretor-executivo do grupo, seria a primeira escolha.
Diniz comentou a situação financeira da companhia para uma plateia de empresários, reunidos em evento da Associação ECR Brasil. "Estamos bem porque, ao contrário de muitas empresas, não deixamos o que sabemos fazer - que é vender alimentos - para especular no mercado financeiro", disse. "Antes da crise estourar, houve companhia que caiu de cabeça em derivativos, por exemplo, sem sequer saber direito o que era aquilo. Parecia, naquele momento, que esse tipo de especulação dava um dinheirão. Mas, na verdade, esse pessoal perdeu um dinheirão."
O empresário também disse acreditar que a crise já esteja próxima de um final. "No final do ano passado, os diretores do grupo se reuniram e traçaram três cenários possíveis para 2009: um ruim, um muito ruim e outro péssimo. Estamos vendo agora que a situação não é tão má assim. É claro que a crise ainda não acabou. Mas já há sinais de que ela está terminando."
Prova disso, segundo Claudio Galeazzi, que também esteve no mesmo evento, são os resultados da companhia no primeiro trimestre do ano, divulgados no último dia 13. "Os números positivos eram esperados. Trabalhamos para isso. Fizemos, por exemplo, um caderno de promoções em março com 1000 ofertas. O normal é ter 50 ou exageradamente, 100. A alta de 9,4% nas vendas líquidas mostrou que estratégia está dando certo. "
Sobre o movimento da Páscoa, Galeazzi disse que as vendas foram "tão boas quanto as do Natal". Para o Dia das Mães, vamos continuar com a mesma agressividade em relação a promoções".
Veículo: Valor Econômico