A demanda pelo crédito rural segue aquecida em Minas Gerais. De acordo com os dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), entre julho e setembro de 2017 foram desembolsados R$ 6,13 bilhões referentes ao crédito rural para a safra 2017/18. O montante está 26% maior que o registrado no primeiro trimestre da safra passada, quando os desembolsos somavam R$ 4,85 bilhões. O maior volume de recursos foi destinado à linha de custeio, que é utilizada para a implantação e manutenção da produção.
Dos R$ 6,13 bilhões desembolsados pelas instituições financeiras para Minas Gerais, R$ 4,18 bilhões foram destinados aos contratos da agricultura, um avanço de 26% frente aos R$ 3,31 bilhões liberados em igual período do ano passado. Ao todo, foram aprovados 24,9 mil contratos na agricultura, elevação de 37%.
A demanda pelo crédito para aplicação na pecuária mineira também está maior. Os desembolsos cresceram 26% nos primeiros três meses da safra, somando R$ 1,95 bilhão, frente aos R$ 1,54 bilhão liberados em igual intervalo do ano safra anterior. No período, foram pagos 39,4 mil contratos, volume 17% maior.
“Alguns fatores contribuíram para o aumento da demanda pelo crédito rural. A redução dos juros em 1%, mesmo que menor que a demanda do setor, foi um fator positivo que estimulou o produtor a buscar pelo crédito. Além disso, o produtor está mais otimista em relação à produção”, explicou o superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez.
De acordo com dados da Seapa, no Estado foram liberados para a linha de custeio R$ 3,37 bilhões, valor 36% superior aos R$ 2,48 bilhões liberados no primeiro trimestre da safra 2016/17. O recurso é utilizado para cobrir as despesas da atividade e o incremento mostra um maior otimismo do produtor em investir no plantio da safra e manutenção das culturas.
O crédito destinado ao custeio da agricultura cresceu 48% e encerrou o período em R$ 2,42 bilhões. Ao todo, foram aprovados 15 mil contratos na agricultura, variação positiva de 23%. Em setembro, as culturas que demandaram maior volume de recurso foram o café (R$ 542,64 milhões), soja (R$ 202,78 milhões) e milho (R$ 79,32 milhões).
Para a pecuária os desembolsos da linha de custeio chegaram a R$ 950 milhões, aumento de 13%. O número de contratos se manteve praticamente estável, caindo apenas 1%, com a aprovação de 10,8 mil.
Investimentos - Além da maior demanda verificada na linha de custeio, os produtores mineiros estão retomando os investimentos. Entre julho e setembro de 2017, os desembolsos da linha de investimento somaram R$ 1,11 bilhão, valor 36% superior aos R$ 810 milhões liberados em igual período de 2016. No Estado, o número de contratos aprovados ficou 33% superior, com o pagamento de 37,15 mil. Os recursos nesta modalidade são aplicados em bens ou serviços duráveis, cujos benefícios repercutem durante muitos anos.
A demanda pela linha de investimento cresceu 49% na pecuária, com a liberação de R$ 590 milhões para aplicação na atividade. Ao todo, foram aprovados 28,49 mil contratos, crescimento de 27%.
Na agricultura foi verificada alta de 24% na demanda pelo crédito da linha de investimento, que somou R$ 510 milhões liberados entre julho e setembro de 2017. A aprovação de contratos cresceu 60% e encerrou o período em 8,65 mil.
“A maior demanda por recursos da linha de investimento é muito importante e mostra um maior otimismo por parte dos produtores. São investimentos, a longo prazo, tanto na agricultura como na pecuária, e geralmente são feitos na infraestrutura e na melhoria da produção. Hoje, para se ter ganho em produtividade é preciso investir em tecnologia, máquinas e equipamentos que permitam um acompanhamento mais preciso de toda a produção. A agricultura de precisão, a zootecnia de precisão e o uso de drones para controle de pragas são exemplos de investimentos que trazem retorno para o produtor”, explicou Albanez.
Comercialização - No Estado, os contratos para a comercialização dos produtos agrícolas e pecuários já somam R$ 1,65 bilhão, aumento de 20% frente aos 1,37 bilhão liberados entre julho e setembro de 2016. As instituições financeiras aprovaram 1,3 mil contratos, aumento de 83%.
Para a agricultura, o crédito da linha de comercialização alcançou R$ 1,24 bilhão, variação positiva de 13%. Já para a pecuária, o montante liberado, R$ 410 milhões, esta 47% superior.
Fonte: Diário do Comércio de Minas