Setor têxtil quer linha para capital de giro e desoneração tributária

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O setor têxtil quer que o governo tome duas medidas para beneficiar a indústria de tecidos e confecções. Os empresários pedem aumento da participação de crédito de capital de giro no Programa de Apoio à Revitalização de Empresas (Revitaliza) para a indústria têxtil e a liberação de uma linha de crédito de capital de giro com recursos de parte do recolhimento do compulsório do sistema bancário, informou à Gazeta Mercantil o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho. Ele disse ter pleiteado as medidas na última reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise da Crise (GAC), que reúne mensalmente o governo e representantes do setor privado.

 

Ao defender a liberação de uma linha de crédito de capital de giro com recursos do recolhimento dos compulsórios, Diniz Filho diz que "em vez desses recursos ficarem presos no Banco Central, o governo precisa irrigar o mercado. A indústria têxtil é um dos setores econômicos que ainda enfrentam dificuldades em acessar crédito no sistema financeiro em virtude da crise financeira mundial", justifica.

 

Para o dirigente da Abit, as últimas liberações de recursos de recolhimento de compulsório feitas pelo Banco Central são insuficientes para irrigar a economia e, principalmente o setor de indústria têxtil, que reúne empresas de médio e pequeno portes predominantemente.

 

No caso do aumento da participação de crédito no Revitaliza, a Abit reivindica uma alteração no atual modelo da linha de crédito no programa exclusivamente para a indústria têxtil e de confecções. Hoje 70% dos recursos do Revitaliza são créditos de investimento e apenas 30% são de capital de giro. A ideia é fazer uma inversão para o setor. Ou seja, aumentar a participação dos recursos de capital de giro para 70% e reduzir para 30% a participação dos empréstimos de investimento.

 

"A principal necessidade hoje do setor é de crédito de capital de giro. Por isso pedimos para o BNDES fazer essa inversão no modelo atual da linha de crédito", disse Diniz Filho. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ter recomendado ao BNDES a analise da viabilidade da medida. Procurado, o banco de fomento disse desconhecer a informação e negou que estudaria as medidas para a indústria de tecidos e confecções.

 

O presidente da Abit esquivou-se de informar qual seria a necessidade de crédito da indústria de tecidos e confecções, que segundo ele é responsável por um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 43 bilhões, o equivalente a 12% do produto da indústria de transformação. Disse apenas que o setor já possui um vínculo forte com o BNDES. No ano passado, o banco de fomento emprestou ao segmento R$ 1,348 bilhão para ampliação da produção e modernização do parque industrial. É o equivalente a 1,48% do total de financiamento do banco de fomento no ano passado, calcula a Abit. Além dos investimentos feitos nas importações de equipamentos.

 

Este ano, porém, os investimentos poderão ficar abaixo do ano passado. "Diante das dificuldades que a indústria enfrenta hoje, os empresários estão mais ponderados em relação aos investimentos. Dessa forma, não sabemos se vamos investir este ano o mesmo que investimos em 2008", avalia Diniz Filho. Tal indústria é responsável por 6,7 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo a Abit.

 

Os recursos pleiteados pela Abit visam a estimular sobretudo os negócios internos da indústria têxtil, desaquecidos pelo impacto da crise mundial. O presidente da Abit diz que hoje 92% do que o setor produz são destinados ao mercado interno.

 

Diniz Filho defende uma maior atuação do governo para estimular as exportações têxteis, sobretudo no que se refere à desoneração tributária, para competir em igualdade de condições com os produtos asiáticos, beneficiados por incentivos tributários e pelo "custo do dinheiro".

 

"Nós precisamos de uma defesa comercial para podermos competir em igualdade de condições", avalia Diniz Filho. Segundo ele, o banco de fomento já acatou uma das medidas reivindicada pelo setor nas últimas reuniões do CAG. Foi ampliado para todos setores o limite de crédito da linha Cartão BNDES, de R$ 250 mil para R$ 500 mil. Isso beneficiou também a indústria têxtil. A taxa de juros é de 1% ao mês. Segundo a Abit, existem 5,7 mil empresas do setor distribuídas pelo Brasil, dos quais 95% são de pequeno e médios portes.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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