Indústria propõe destino adequado dos plásticos

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Uma série de medidas quanto ao reaproveitamento ou o descarte correto dos produtos plásticos está sendo tomada pelas empresas brasileiras do setor. Várias dessas ações serão apresentadas durante a 12ª Feira Internacional da Indústria do Plástico - a BrasilPlast 2009, realizada de hoje a 8 de maio, em São Paulo.

 

Uma das iniciativas possui sotaque gaúcho: o Projeto SustenPlást - RS Plástico com Inteligência, do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast). O vice-presidente administrativo do Sinplast e coordenador do projeto, Júlio Cezar Roedel, destaca que a ideia é trabalhar a percepção das pessoas sobre os plásticos. "É uma questão de difundir uma cultura do reúso ou da destinação adequada", salienta o dirigente.

 

O projeto do Sinplast tem a parceria técnica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (Ifet), campus Sapucaia do Sul. O professor do Ifet Assis Francisco de Castilhos defende a transferência de informação para que o público conheça os vários aproveitamentos possíveis do plástico descartado.

 

Um deles é a queima para a geração de energia. A energia contida em um quilo de plástico equivale a um litro de óleo diesel. Nesta ação, os plásticos atuam como o combustível na queima do lixo orgânico, e esta energia é revertida na forma elétrica ou térmica. A empresa petroquímica Braskem estuda instalar em Porto Alegre uma termelétrica que será alimentada com o lixo urbano do município.

 

Além do uso para a produção de energia, Roedel ressalta outras utilidades para os plásticos. Ele lembra que a reciclagem de PET encontra-se em uma nova etapa. Em março do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução liberando o uso do PET reciclado pelos sistemas tecnológicos Superclean e Bottle-to-Bottle para a fabricação de novas embalagens de alimentos e bebidas. Em 2007, foram produzidas 432 mil toneladas de resinas PET no Brasil. Estima-se que 90% deste total tenham sido destinados à produção de garrafas, principalmente para as indústrias de refrigerantes e águas.

 

Redes gaúchas de varejo começam a trocar sacolas

 

Júlio Cezar Roedel, do Sinplast, também considera a troca de sacolas plásticas tradicionais por embalagens mais resistentes como uma atitude excelente. Em outubro, chegou ao Rio Grande do Sul o Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas. A ação tem como objetivo reduzir o uso das sacolas plásticas através da conscientização da população e do oferecimento de um produto de melhor qualidade ao consumidor.

 

Cinco lojas da rede Zaffari e outras cinco da Unidasul (Rissul) aderiram inicialmente ao programa. O diretor-superintendente do Instituto Nacional do Plástico (INP), Paulo Dacolina, relata que, atualmente, todos os estabelecimentos dessas empresas adotam a prática. As lojas se comprometeram a oferecer aos seus clientes sacolas plásticas fabricadas de acordo com a norma ABNT 14.937 e identificadas com o Selo de Qualidade Abief-INP. A partir daí, os funcionários desses supermercados foram treinados para explicarem ao consumidor que, com uma sacolinha forte, ele não precisa usá-la pela metade ou em duplicidade. Segundo Dacolina, a medida possibilitou a redução de 30% no uso das sacolas.

 

A meta de utilização mais racional do plástico se deve ao grande volume de consumo desse material. Com base em dados de 2006, foram produzidas 205 milhões de toneladas de produtos plásticos em todo o mundo, tendo havido, nos últimos dez anos, um aumento de consumo na ordem de 50 milhões de toneladas. Pelas projeções, até 2010, o consumo anual por habitante, no mundo, será de 33 quilos.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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