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Com preços mais baixos e novas embalagens, marcas próprias de supermercados atraem consumidores


Alimentos, roupas e produtos de limpeza de marcas próprias das grandes redes de supermercados vêm ganhando espaço na casa dos brasileiros. No último ano houve um aumento de 33% no número de lares em que essas marcas estão presentes, totalizando 18 milhões, segundo pesquisa da Nielsen. O número de itens à venda cresceu 27%.

 


Se até alguns anos atrás os produtos de marca própria se limitavam a estampar o logo do supermercado em rótulos sem graça nenhuma, hoje existe um investimento maior nos produtos, com mais atenção às embalagens e ao conceito que elas querem vender.
"As pessoas não têm mais vergonha de colocar um produto de marca própria na mesa, não têm medo de que os outros pensem que a família está em dificuldades financeiras", diz Eduardo Gasperini, gerente de marcas exclusivas do Grupo Pão de Açúcar.

 


A rede, que inclui Pão de Açúcar, Extra e Compre Bem, lançou, em 2008, a marca Qualitá, com itens para o dia a dia, como alimentos e produtos de limpeza. O grupo também incrementou a marca de bem-estar Taeq. Com isso, espera vender 40% a mais neste ano.

 

Segundo a rede Wal-Mart, os preços menores dos produtos de marca própria continuam a impulsionar as compras. "Mesmo não sendo os mais baratos, eles ficam mais em conta do que as marcas líderes. Senão, a venda é zero", diz Fábio Cyrillo, diretor de marcas próprias do hipermercado. As vendas têm crescido mais de 20% nos últimos três anos, segundo Cyrillo.

 

A porta de entrada do consumidor para essas alternativas oferecidas nos supermercados são itens básicos, como produtos de limpeza, segundo a presidente da Abmapro (Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização), Neide Montesano. "O consumidor sente menos receio de fazer a troca. Depois que já conhece, passa a comprar os alimentos", diz.
Neide divide esse tipo de produto em duas vertentes. A primeira, mais antiga, é a de similares aos produtos líderes, como Great Value, do Wal-Mart, a Qualitá, do Pão de Açúcar, e as marcas com os nomes dos supermercados Dia e Carrefour.

 

A segunda vertente faz parte de uma nova geração, como as marcas de bem-estar Taeq, do Pão de Açúcar, e Viver, do Carrefour. "Esses são produtos que por vezes nem têm similares. Usam matéria-prima natural e novas tecnologias", afirma.

 

Como os preços são cerca de 30% menores em relação aos de marcas tradicionais, a presidente da Abmapro afirma que o consumidor começa a perceber a oferta de marcas próprias como um serviço, que permite o aumento do poder de compra. Neide Montesano cita uma pesquisa da Latin Panel segundo a qual o consumidor desses "genéricos" leva 13% mais itens do supermercado do que quem não consome marca própria.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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