A torneira argentina da qual jorra volume excessivo de leite em pó no mercado doméstico desde o início do ano foi parcialmente fechada pelo governo brasileiro com a restrição das importações do produto oriundo do vizinho do Mercosul em três mil toneladas a um preço mínimo de US$ 2,2 mil. Barreiras que não anulam o licenciamento não-automático decretado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) no mês passado.
Só nos quatro primeiros meses de 2009, a política alfandegária até então vigente entre os países do Mercosul já permitiu a entrada de mais de 22 mil litros de leite em pó da vizinha Argentina no mercado interno, valor aproximado à média anual importada nos últimos cinco anos. De acordo com levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a importação brasileira de leite em pó de lá cresceu 285% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2008. Em abril, a Argentina figurou como terceiro maior importador da balança do agronegócio brasileiro com vendas de US$ 3,0 bilhões.
Agentes do mercado de lácteos conjecturam que empresas argentinas instaladas no Brasil estariam aumentando consideravelmente o volume de leite importado do país sede e se reposicionando no mercado brasileiro. O presidente da Itambé, Jacques Gontijo, avalia que mesmo com a redução da oferta de leite brasileiro no mercado doméstico, "a importação era desnecessária. Nós estávamos inclusive exportando". De acordo com ele, enquanto o leite argentino invadia o mercado a US$ 1.730 a tonelada, a Itambé exportava a mesma quantidade do produto a US$ 2,4 mil.
Veículo: Gazeta Mercantil