Produtores de tangerina protestam contra restrição

Leia em 2min 20s

 

 

Uma reunião, amanhã em Brasília, deve definir o futuro das medidas que proibiram o comércio interestadual de frutas cítricas com ramos e folhas. As regras, adotadas este ano em todo o País e também internamente, no Paraná, vêm causando preocupação dos produtores de tangerina do Vale do Ribeira.

 

Eles estão sentindo o impacto das normas às vésperas do início da colheita, e reclamam que tanto os trabalhos como as vendas podem ser prejudicados. As medidas dos governos federal e estadual visam evitar a disseminação da praga denominada “pinta preta dos citros”.

 

A doença, que não tem impacto na saúde humana mas prejudica a produtividade, é transmitida pelos galhos e folhas, normalmente transportados junto com os frutos. No Vale do Ribeira - maior produtor nacional da variedade poncã -, a praga foi detectada há alguns anos, e sua erradicação ainda não foi confirmada.

 

Segundo o secretário da Agricultura de Cerro Azul, João Carlos Hilman, os produtores, acostumados a colher as frutas com ramos e folhas, não tiveram tempo de se adaptar às novas medidas.

 

Além disso, muitos compradores - principalmente de Santa Catarina - exigem o produto daquela forma. “Os ramos e folhas protegem a fruta por mais tempo, e ela também fica mais bonita nas gôndolas dos mercados”, afirma.

 

Para Hilman, que pede bom senso da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), a aplicação da medida causaria um “caos social” no município, que deve colher entre 5 e 6 milhões de caixas de poncã este ano.
“São mais de 2 mil famílias envolvidas, fora os empregados temporários”, lembra, explicando que são necessários cursos de capacitação para que todos se adaptem às regras.

 

De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária da Seab, Silmar Burer, a medida é necessária para evitar a dispersão do agente causador da praga, já que outras regiões com grande produção de cítricos, como o Norte Pioneiro, até hoje não foram afetadas pela doença.

 

Ao mesmo tempo, ele esclarece que não é intenção da Secretaria inviabilizar a atividade no Vale do Ribeira, e diz que possíveis mudanças nas regras dependem do resultado da reunião de amanhã.
O presidente do Sindicato Rural de Cerro Azul, Ricardo Oliveira, espera que a Seab relaxe as regras, ao menos para a safra deste ano. “Cerro Azul teve a ‘pinta preta’, mas a praga não é grave e está controlada na região”, afirma. Enquanto isso, resta aos produtores do Vale do Ribeira cumprir as regras, ou arriscar, contando com a sorte de não passar por nenhuma fiscalização.

 

Veículo: O Estado do Paraná


Veja também

Azeite de Minas perto do mercado

Produto deve ser o primeiro em escala comercial no país; clima definirá safra    Se nenhu...

Veja mais
Entregas rápidas: UPS entra no mercado de remessas domésticas

A americana United Parcel Service (UPS) incluiu o Brasil no grupo de 17 países em que a empresa vai iniciar servi...

Veja mais
Energizer compra parte da SCJohnson

A Energizer Holdings, fabricante das pilhas com o mesmo nome, anunciou ontem a compra da divisão de produtos para...

Veja mais
Dia das Mães forte

O Grupo Pão de Açúcar - que envolve as redes Pão de Açúcar, Extra, Compre Bem ...

Veja mais
Venda do Gimenes

Os credores da rede Gimenes de supermercados, em recuperação judicial desde dezembro, adiaram mais uma vez...

Veja mais
Consumidor volta às compras e anima varejo

Redes de varejo já percebem os primeiros sinais de que a crise econômica caminha a passos mais lentos e que...

Veja mais
Almeida Prado aposta nos complexos

Há mais de 50 anos no mercado de homeopatia, o laboratório Almeida Prado sempre apostou nos medicamentos p...

Veja mais
Marketing aproveita a cultura da expressão

Joseph Konietzko, diretor global de comunicação da vodca Absolut, acredita que, na contemporaneidade , a b...

Veja mais
Industrialização muda o perfil da homeopatia no País

O futuro de cerca de 2,1 mil farmácias magistrais especializadas em homeopatia espalhadas por todo o Brasil pode ...

Veja mais