William Álvares passou 27 dos seus 51 anos de vida trabalhando na Itautec, onde ingressou como analista de processos e chegou a gerente executivo de suporte e desenvolvimento. Com a crise, a empresa decidiu extinguir a área pela qual ele era responsável, fato concretizado em novembro do ano passado. Com o desligamento, Álvares precisou, pela primeira vez em muito tempo, pensar seriamente sobre os rumos de sua carreira. Após avaliar as possibilidades existentes, ele decidiu se tornar consultor. "No primeiro momento, o foco era buscar uma recolocação. Mas, pela experiência que tenho, e devido à minha idade, percebi que eu seria melhor aproveitado em empresas de médio e pequeno porte", diz ele, que é formado em Engenharia Industrial Mecânica e também fez MBA em Gestão e Engenharia e Produtos na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Na avaliação de Álvares, as médias empresas frequentemente precisam de mão de obra altamente especializada. O problema é que inclusão na folha de pagamento de um profissional capaz de lidar com determinadas exigências técnicas e gerenciais é, para muitas, inviável. "Como consultor, posso fazer trabalhos de melhoria sem gerar um custo elevado", assegura ele, que é especialista em revisão de processos, redução de custos, aumento de produtividade e implantação de planejamento e controles.
Como Álvares, outros executivos têm optado pela carreira de consultor. É o que constata um levantamento realizado pela DBM, consultoria especializada em gestão do capital humano. De acordo com o estudo, nos três primeiros meses de 2009, a opção por atuar como consultores ou em consultorias atraiu 60% mais executivos do que no mesmo período de 2008. Esses números representam 9% do total de recolocações ocorridas no primeiro trimestre deste ano e 5,5% daquelas ocorridas no igual período de 2008. As informações dizem respeito apenas ao universo da DBM, que não divulga números absolutos neste caso.
Veículo: Gazeta Mercantil