Confecções ampliam coleção de inverno

Leia em 5min 30s

Empresas do pólo de vestuário de Blumenau, em Santa Catarina, mostraram bom desempenho no primeiro quadrimestre do ano e embora as estimativas e os investimentos sejam menores do que em 2008, a maioria prevê fechar o ano com crescimento de pelo menos 6%.

 

O volume da coleção outono/inverno produzida pela Malhas Kyly, de Pomerode (SC), por exemplo, foi 10% maior do que no mesmo período do ano passado e a meta de vendas foi alcançada, mas ainda há algumas sobras que se comercializadas vão somar mais de 10% de crescimento. "Tínhamos uma preocupação grande porque o final do ano passado não foi bom. Além da crise econômica, não fez calor no tempo certo", diz o presidente da Kyly, Salézio José Martins. Ele conta que a Kyly potencializou as vendas logo no início do ano.

 

"Dia 05 de janeiro já estávamos vendendo o inverno". Martins diz que foi solicitado um esforço de vendas dos representantes, com palestras de incentivo onde a única palavra que não poderia ser dita era "crise".

 

Segundo ele, com isso foi possível aumentar o número de clientes. "Em época de crise, os grandes lojistas procuram reduzir o número de fornecedores e priorizam as parcerias.

 

Para a coleção primavera/verão, a Kyly espera crescer mais ainda, 20%. Martins afirma que a empresa conseguiu consolidar a sua segunda marca, a Milon, que faz roupa infantil com maior valor agregado. "É uma família de peças que interagem entre si." A produção mensal da Kyly é de 1,1 milhão de peças. No ano passado a receita bruta foi de R$ 145 milhões e para este ano a previsão é de crescer 20%. Neste, vai investir R$ 5 milhões em modernização, menos do que em 2008, quando reaparelhou a tinturaria e gastou R$ 12 milhões, com recursos do programa Revitalize, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

Exportação

 

A empresa também exporta 10% da produção para o México, Grécia, América Central, Israel e alguns países da América do Sul. Além das confecções, o condomínio empresarial da Kyly é composto por uma tinturaria, empresa de corte, bordado e estamparia.

 

A Brandili Têxtil, de Apiúna, que faz roupas para crianças de zero a 14 anos, aumentou em 7% a quantidade de peças produzidas para este inverno, o que significou 200 mil itens a mais do que no mesmo período do ano passado. No total, foram 2,7 milhões de peças prontas para a nova coleção. O gerente comercial da empresa, Germano Costa, afirma que as vendas estão apenas começando. "Os clientes não apostaram em crescimento em função da situação econômica e postergaram as compras", acredita. A previsão para 2009 era de 14 milhões de peças, 25% superior a 2008. Costa prevê que a meta não seja atingida.

 

Prejuízo com o câmbio

 

Devido à variação cambial, as jaquetas de microfibra importadas acabaram dando prejuízo à empresa. Costa diz que os pedidos foram fechados com o dólar a R$ 1,60 em agosto de 2008 e quando chegaram o dólar estava a R$ 2,40. "Tivemos que repassar uma alta de 50% ao preço da vestimenta, o que contribuiu para represar as vendas, mas vamos desovar os estoques ao longo do inverno, pois o frio ainda não chegou", afirma.

 

Para alavancar as vendas, dos R$ 12 milhões que a Brandili está investindo este ano, 70% é para marketing. Há duas coleções sendo apresentadas nos programas Super Nani e Sábado Animado, do SBT, uma de inverno e outra da primavera/alto verão. A Brandili direciona 95% da produção para o mercado interno, onde a demanda é boa, considera Costa. Segundo ele, nas duas últimas semanas o varejo reagiu bem e foi estimulado pelos lançamentos da nova estação e pelo Dia das Mães. A empresa está há 45 anos no mercado e presente em mais de 10 mil pontos de vendas. Emprega 1.500 pessoas, número que mantém nos últimos meses. Nesta semana, anunciou a união das empresas sob o mesmo guarda-chuva, ao criar o Grupo Empresarial Brandili, que será formado por diversos empreendimentos que além da área têxtil, inclui setores como o de logística, plástico e importação de polímeros.

 

A Damyller, de Nova Veneza (SC), aumentou a produção em 12% para a estação mais fria do ano e principalmente para atender novas lojas previstas para até o final do ano. Em 2009 estão previstas oito novas unidades e cinco reformas, totalizando R$ 5 milhões em investimentos. Hoje a empresa possui 72 lojas e produz cerca de 150 mil peças por mês.

 

Nova fábrica

 

Todas as lojas são próprias e estão presentes em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal. O diretor Financeiro da Damyller, Cid Damiani diz que é melhor de se trabalhar quando a companhia administra todo o processo. "Planejamos tudo, da análise da necessidade de capital de giro ao controle nas vendas", diz. No segundo semestre, a empresa espera tirar da gaveta o projeto de uma nova fábrica de jeans, de 12 mil metros quadrados em Criciúma (SC).Além do jeans masculino e feminino, a empresa também produz malhas, camisaria, acessórios e roupa intima masculina. Damiani não revela a receita da empresa, mas afirma que a projeção de crescimento para este ano ainda é de 15%. Desconsiderando o faturamento das novas lojas, a expansão deverá ser de no mínimo 6%. Admite que o número pode ser revisto, já que a empresa registrou vendas abaixo da média no início do ano e o terceiro trimestre ainda é uma incógnita. "Estamos nos recuperando", afirma o empresário. Ele acredita na manutenção do crescimento em dois dígitos em 2009.

 

Damiani afirma que o inverno recém começou e vai puxar o resultado das vendas. A estratégia da empresa para não desabastecer é lançar a cada semana, às vezes a cada dia, uma nova coleção. O fato de trabalhar especialmente com jeans e moda, não atrela muito os lançamentos a uma nova estação. Para o inverno, o destaque fica com os casacos e jaquetas. A Damyller possui 1.800 funcionários e está há 30 anos no mercado. Dedica-se cada vez mais à moda lançando no mercado peças ousadas seja no corte, no modelo ou na lavagem do jeans.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


Veja também

Gomes da Costa: O mar está para sardinha

Por que, em plena crise econômica, a Gomes da Costa atingiu o maior faturamento trimestral de sua história ...

Veja mais
Credicard lança novo cartão que dá descontos em supermercados

A Credicard, que agora também é o nome da financeira do Citibank no Brasil, está lançando um...

Veja mais
Consultoria é opção para gestores seniores

William Álvares passou 27 dos seus 51 anos de vida trabalhando na Itautec, onde ingressou como analista de proces...

Veja mais
Creminho: novos produtos no mercado

Com oito anos de atuação no mercado, o Laticínio Creminho, localizado em Pedro Leopoldo (RMBH), pre...

Veja mais
Lucro da Souza Cruz sobe 57% no trimestre

A Souza Cruz teve lucro líquido de R$ 443,3 milhões no primeiro trimestre de 2009, mostrando um incremento...

Veja mais
Mapa confirma fraude em 25 mil litros de leite com água

Amostras de mais de 100 mil litros de leite apreendidos no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, foram e...

Veja mais
Escola adotada

O Grupo Pão de Açucar vai investir R$ 8 milhões na adoção de uma escola públic...

Veja mais
Grifes de calçados lançam segunda marca para atrair clientela

Um fenômeno começa a ganhar corpo no varejo brasileiro de calçados: de olho na ampliaçã...

Veja mais
Leader planeja novas lojas no Nordeste e investe R$ 20 milhões

Durante oito meses, a família Gouvêa, de Niterói, conviveu com a expectativa de colocar no bolso R$ ...

Veja mais